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Sob o domínio do medo

Após bombas no CT e com jogadores ameaçados, Gilson Kleina pede paz a torcedores, e Palmeiras cogita antecipar ida a Prudente

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

"O futebol tem que ser meio de vida, não de morte."

Por mais de 40 minutos, o técnico Gilson Kleina falou ontem sobre a situação dramática que vive o Palmeiras.

Mas o tema principal não foi a estratégia para livrar o time do rebaixamento, as explicações para o fiasco ou o planejamento para 2013.

O medo que tomou conta de dirigentes e jogadores do clube às vésperas da partida contra o Fluminense, que pode decretar o rebaixamento alviverde com três rodadas de antecedência, transformou a entrevista do treinador em um pedido público de paz.

"A violência não vai levar a nada. Isso só vai denegrir a imagem do esporte", disse o comandante palmeirenses.

O elenco se assustou com o reflexo do empate com o Botafogo, que deixou a equipe à beira da degola.

Torcedores lançaram uma bomba contra policiais e tentaram invadir o gramado da Arena da Fonte, no domingo. A PM usou gás de pimenta e balas de borracha para conter a confusão, que pode fazer o Palmeiras perder mais mandos de campo -já foi punido com quatro jogos por tumultos contra o Corinthians.

A diretoria retardou em três horas a saída do elenco de Araraquara para evitar o encontro com membros de organizadas no caminho.

A madrugada na capital paulista também foi tensa. Além das pichações com ameaças de morte ao presidente Arnaldo Tirone nos muros da sede social do clube, torcedores lançaram bombas caseiras no CT palmeirense. Não houve nenhum dano patrimonial nem feridos.

"Tem jogador que precisou mudar de apartamento, trocar os filhos de escola por causa dessa situação. Não vamos deixar as coisas ficarem ainda piores do que estão", afirmou um aflito Kleina.

Ontem, os jogadores que se sentem mais ameaçados pela torcida tiveram uma reunião com a diretoria. A lista inclui os laterais Artur e Juninho, o zagueiro Thiago Heleno e o atacante Maikon Leite.

Em setembro, o volante João Vitor chegou a pedir para ser afastado do elenco devido a ameaças que vinha recebendo de torcedores.

O treinador também pediu à diretoria que antecipe a viagem para Presidente Prudente, palco do jogo de domingo.

Inicialmente, o Palmeiras treinaria a semana toda em São Paulo e só iria para o interior no sábado. Kleina solicitou que a equipe saia da cidade mais cedo para tentar tranquilizar os jogadores.

O clube, porém, promete que a partida contra o Atlético-GO, marcada para o próximo dia 25, será mantida na capital mesmo que o time já esteja certo na Série B.

Em comunicado emitido ontem, a Mancha Alviverde, maior organizada palmeirense, acusou dirigentes de estarem roubando o clube, mas não fez ameaças de reação violenta à possível queda.


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