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Ex-alunos se mobilizam para retorno da Escola de Mecânicos

DE SÃO PAULO

O professor Elibama de Castro Oliveira, 79, evita voltar ao prédio que abrigava a Escola de Mecânicos de Interlagos, no autódromo que recebe amanhã o GP Brasil, inativa desde julho passado.

Explica não se tratar de irritação por ter recebido o último salário em abril (referente a março), e trabalhado de graça até formar sua última turma em julho -a SPTuris, responsável pelo curso em parceria com o Senai, informa ter pago todos os salários, apesar de outros profissionais da escola negarem.

Ou por ter assistido, pouco a pouco, lanches, material e seguranças serem cortados.

O "professor Eli", como é conhecido o diretor da escola, evita voltar a Interlagos por um outro motivo.

"O curso está paralisado. Mas jovens e pais telefonam, ou até vão pessoalmente à escola, para se inscrever", lamenta, ao se referir a jovens de origem humilde, público das aulas gratuitas do curso.

"[Os interessados] falam comigo, insistem. Só que eu não posso fazer nada, e isso é muito triste para mim..."

Alguns alunos foram absorvidos por concessionárias, mecânicas. Outros estão no automobilismo, na Stock Car.

Os alunos da escola eram separados em classes de 15 pessoas, em três turnos.

Segundo a SPTuris, o curso foi paralisado por conta de legalmente o contrato não poder ultrapassar cinco anos. O órgão diz que negocia com o Senai para retomar em 2013.

Profissionais da escola dizem não terem sido informados sobre eventual reativação do curso e lembram que a escola começou a funcionar em 1991, durante a gestão de Luiza Erundina, então filiada ao PT. Ou seja, indicam que há forma de o curso acontecer por mais de cinco anos.

Professores e alunos, além de produzir abaixo-assinado, contataram, na campanha para a eleição municipal, o estafe do prefeito eleito, Fernando Haddad, do PT.

Um influente integrante da chapa eleita afirmou à Folha conhecer a situação e sinalizou que a nova gestão quer resolvê-la.

Representantes da escola acreditam que após o GP Brasil deve ser aberto mais espaço para a discussão do tema.

Entre os ex-alunos que se mobilizam para que o curso seja reativado está Ambra Nadja, 21, que fez faculdade de engenheira ambiental.

"Comecei aos 15 anos [na escola de mecânica]. Depois descobri que minha mãe tinha câncer. Quis parar para cuidar dela", lembra. "Os professores me deram assistência para não desistir." (EO)


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