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Guerra fria

Permanência de Andres como diretor de seleções irrita Marin, presidente da CBF, que já considera vago o cargo

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA MARTÍN FERNANDEZ DE SÃO PAULO

Embora não a tenham declarado frente a frente, José Maria Marin e Andres Sanchez estão em guerra.

O racha entre o presidente e o diretor de seleções cria uma crise na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) na semana do sorteio da Copa das Confederações e a um ano e meio da Copa de 2014.

A direção da CBF considera que "o cargo de diretor de seleções já está vago", segundo a Folha apurou.

Andres, que exerceu a função por um ano, já anunciou sua saída. Ontem, porém, afirmou que fica pelo menos até sábado, quando haverá o sorteio da Copa das Confederações, em São Paulo.

A atitude ambígua de Andres desagradou à cúpula da CBF. O cartola continua ressaltando suas divergências com o presidente Marin a respeito da mudança de técnico.

Marin e seu vice, Marco Polo Del Nero, demitiram Mano Menezes na última sexta-feira. Andres foi contra e manifestou sua discordância.

O diretor de seleções planejava pedir demissão na segunda-feira. O fato de Marco Polo Del Nero ter tido computador e documentos apreendidos pela Polícia Federal o fez esperar mais um pouco.

Ontem, Andres disse que participará do sorteio da Copa das Confederações porque é um dos dois únicos integrantes da CBF credenciados para o evento -o outro era o ex-técnico Mano Menezes.

Na CBF, essa declaração foi considerada uma afronta, como se Andres estivesse fazendo um favor ao permanecer mais alguns dias no cargo.

Por essa razão, a decisão interna é já considerar vaga a função ainda atribuída a Andres. E, quem sabe, precipitar a saída espontânea do diretor antes de sábado.

O corintiano planeja sair do cargo depois do sorteio -provavelmente nos primeiros dias da semana que vem-, mas, antes disso, vai usar ao máximo sua posição para criticar Marin e Del Nero.

Segundo a Folha apurou, Andres foi aconselhado por Ronaldo e Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, com quem jantou nesta semana, a participar do sorteio.

Andres havia declarado publicamente que procuraria Marin para acertar a mudança na diretoria de seleções.

O contato não ocorreu até ontem à tarde, o que azedou ainda mais o clima na CBF.

Uma hipótese cogitada na entidade seria a demissão sumária de Andres, mas a Folha apurou que Marin considera que seria uma manobra política de risco elevado.

O diretor de seleções demissionário é amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem a CBF espera manter relação amistosa -até porque no momento não há contato direto entre Marin e a presidente Dilma Rousseff.

CONVIVÊNCIA DIFÍCIL

Há um ano, Andres foi convidado pelo então presidente Ricardo Teixeira a assumir o cargo de diretor de seleções.

Na prática, deveria fazer o elo entre a cúpula da entidade e a comissão técnica, lidar com os clubes, negociar amistosos e a liberação de jogadores para o time nacional.

Em março, a renúncia de Teixeira mudou o cenário.

José Maria Marin, 80, vice mais velho, assumiu a presidência e se articulou para reduzir o poder de Andres.

Sem consultá-lo, marcou amistosos, demitiu Mano e, segundo Andres, já negocia com Luiz Felipe Scolari.

O ex-dirigente do Corinthians mantém o plano de chegar à presidência da CBF.

A próxima eleição está marcada para abril de 2014. Marco Polo Del Nero, deve ter Andres Sanchez na oposição. Situação que Ricardo Teixeira, em 23 anos de poder na CBF, quase nunca enfrentou.


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