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Cigano usa tempos difíceis para se motivar na revanche

MMA
Brasileiro pega americano de quem tirou o cinturão em 64 segundos

EDUARDO OHATA ENVIADO ESPECIAL A LAS VEGAS

Chega ao fim mais um treino do campeão dos pesados do UFC, Junior Cigano, que se prepara para a revanche com Cain Velasquez, na madrugada de amanhã, em Las Vegas.

Sentado entre outros atletas e aspirantes a lutadores da academia Champion, em Salvador, Cigano esquece por alguns poucos momentos do homem de quem tomou o cinturão em meros 64 segundos.

Em sua cabeça, volta à época em que era menino em Caçador (SC), onde nasceu.

O garoto entra em casa e encontra a mãe, faxineira, chorando e estranha: "Ué, não é dia de salário [mínimo]?". Havia poucos momentos, fazendo as contas, ela descobrira que o dinheiro que recebera era suficiente só para pagar a carne que comprara fiado no mês anterior.

O futuro Cigano, ainda Junior dos Santos, se pôs a trabalhar para ajudar a mãe a sustentar a casa e seus dois irmãos. O pai deixara o lar.

Ao sair para trabalhar, diminuía o ritmo quando passava em frente a uma padaria. E namorava os doces.

Vendeu empadinhas e geladinhos na rua e foi feirante. No seu primeiro dia na banca em que vendia bananas, o dono o orientou sobre o que fazer e saiu para ver outra barraca. Quando retornou, deparou-se com uma pilha enorme de cascas.

"Foi só naquela hora que dei por mim sobre a quantidade de banana que acabei comendo. Eu achei que meu trabalho ia ser a troco de banana", rememora Cigano.

O patrão, porém, perdoou o garoto, que mais tarde virou ajudante de pedreiro.

Frequentemente trabalhava sob a geada matinal.

De tanto frio, os galões de 200 litros que Junior enchia de água no dia anterior para preparar a massa para utilizar nas construções amanheciam cobertos por gelo.

"Eu colocava as mãos dentro do galão para me reconfortar. É estranho, mas a água dentro ficava mais quente do que a temperatura de fora."

Outro emprego foi num restaurante, onde lavava louça. Forte, quebrava asas de xícaras ao tentar limpá-las. E rezava para não ter o valor descontado do salário.

Foi então que começou a virada em sua vida. E é nisso que ele pensa para se motivar. "O treino é muito pesado. Eu sento comigo mesmo e penso nisso [caminho até o UFC]. Minha motivação é manter o bom momento que estou vivendo. Estou feliz."

O repórter EDUARDO OHATA viajou a convite da Zuffa


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