Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Quero ser um banana

Seletiva para formar as equipes brasileiras de skeleton e bobsled, cujo o apelido é a fruta congelada, atrai atletas de alto nível e sedentários

Fotos Apu Gomes/Folhapress
O triplista Jadel Gregório empurra o carrinho que simula o bobsled
O triplista Jadel Gregório empurra o carrinho que simula o bobsled
FERNANDO ITOKAZU DE SÃO PAULO

Rápido, forte, louco e com disposição para ir à Olimpíada. Esse foi o perfil procurado pela CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo) para formar suas equipes de bobsled e skeleton.

Seletiva ontem em São Caetano do Sul (SP) teve a participação de 43 candidatos.

Entre os interessados a competir no bobsled, espécie de corrida de trenó e chamado de F-1 do gelo, nos Jogos Olímpicos de inverno de Sochi-14, na Rússia, estavam atletas de alto nível, como Jadel Gregório, e sedentários, como Natan Gomes Martins.

Duas vezes finalista olímpico no salto triplo, Jadel disse que a seletiva para entrar na equipe, apelidada internacionalmente como "Bananas Congeladas", era mais uma oportunidade de representar o Brasil em uma Olimpíada.

"E toda oportunidade assim eu vou agarrar", disse ele.

Atletas de atletismo eram maioria entre os que faziam os testes, que incluíam tiros de 30 m e 60 m, salto em distância parado, exercícios de levantamento de peso e corrida de 30 m com um carrinho que simulava o bobsled.

Interventor da CBDG, Emilio Strapasson disse que os praticantes do atletismo aliam características procuradas: força e velocidade.

O atual piloto da equipe brasileira, Edson Bindilatti, também veio do atletismo (especialista no decatlo). Ele disputou os Jogos de Salt Lake-2002 e Turim-2006 em funções cuja preocupação principal é empurrar o trenó.

Ontem, havia especialistas no lançamento de disco, arremesso de peso, velocistas, entre outros. Muitos nunca tiveram contato com um clima mais frio. "Nunca vi neve, mas sempre achei o bobsled legal", disse Gerson Carvalho dos Santos, 24, especialista no lançamento de disco.

Além dos atletas de alto rendimento, a seletiva também atraiu os curiosos Natan, 20, e Luan Martins, 22.

Os irmãos souberam do evento e resolveram aparecer. "Foi legal", afirmou o sedentário Natan. "Mas não dá para competir, trabalho em escritório de contabilidade e fico sentado o dia inteiro."

Estagiário de direito, Luan contou fazer natação e musculação há três meses e ter disputado provas de corrida e salto em distância "com os escoteiros" quando criança, mas também ficou longe dos melhores concorrentes.

No teste de peso, ele conseguiu levantar 125 kg -muitos foram até o teto, 250 kg.

Além dos testes físicos, os candidatos preencheram um questionário, que também seria utilizado na seleção.

Os resultados serão divulgados até sexta. A ideia é formar equipes de dois e quatro no bobsled masculino, mais reserva, e de duas no bobsled feminino, mais suplente. No skeleton, trenó individual em que compete de barriga para baixo, serão escolhidos um homem e uma mulher.

No mês que vem, os selecionados fazem duas semanas de treino no Canadá. Em março, competem nos EUA.

É preciso participar de pelo menos cinco competições, em três pistas diferentes e em duas temporadas para pleitear vaga olímpica. "Se não competirmos em março só poderemos pensar na Coreia-18", disse Strapasson.

A CBDG não pretende disputar o skeleton em Sochi.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página