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Mutirão por um time

Moradores de Penápolis se reúnem para ajudar o time da cidade, que joga pela 1ª vez a elite do Paulista

EDUARDO OHATA ENVIADO ESPECIAL A PENÁPOLIS

Pincéis nas mãos, suor escorrendo pelo rosto, eles trabalhavam empolgados. Mesmo que de graça e sob o forte calor de Penápolis, cidade do interior paulista (479 quilômetros a noroeste de São Paulo), que pela primeira vez vê um time na elite paulista.

Reunidos em mutirão, voluntários pintam, ao lado de funcionários da prefeitura, as arquibancadas do estádio municipal Tenente Carriço, que receberá os jogos do Penapolense no Estadual. A estreia será amanhã, em casa, contra o Ituano, às 19h30.

"Se não chover, no sábado [amanhã] vamos dar o último retoque. Só assim o time entra na primeira divisão", diz Hugo Pagani, ex-jogador e um dos voluntários, em alusão à exigência da FPF (Federação Paulista de Futebol) para que a arena aumente a capacidade para 15 mil lugares.

Convocação semelhante será feita pela parte da prefeitura para que operários da construção civil do município auxiliem, voluntariamente, a levantar o camarote.

"Nosso time não tem torcedores, tem fanáticos. Ele é um patrimônio da cidade", declara, orgulhoso, Nilso Moreira, presidente do clube.

Até simples jogos-treino do Penapolense, preparatórios para o Paulista, atraem a torcida. Foi assim na quinta-feira da semana passada.

Cerca de 600 torcedores pagaram R$ 10 para assistir à derrota para o Noroeste de Bauru. Nas arquibancadas também se acomodavam familiares de jogadores e o prefeito Célio de Oliveira.

Enquanto os atletas se preparavam para a partida, um forte cheiro de churrasco invadiu o vestiário. Um deles explicou, sorrindo, que a fumaça do churrasquinho vendido na rua aos torcedores entrava pela janela, que dava direto para a rua.

NOVA REALIDADE

O clube dá seus passos, ainda que tímidos, na direção do profissionalismo. Há até poucos meses, sua estrutura poderia ser facilmente definida como "familiar".

Há algumas temporadas Guilherme, filho de Nilso e estudante de medicina em Manaus (AM), foi encarregado pelo pai de desenhar o layout das camisas do time.

"Quando meu pai me mandou fazer, respondi: 'Não sei se dou conta'. Ele não quis saber, mandou as logomarcas dos patrocinadores por e-mail. Desenhei a camisa e mandei de volta", lembra o cartola remoto, um dos 12 Moreiras do clube, que fez a página no Facebook do time.

Após garantir o acesso para a Série A1 do Paulista, o segundo consecutivo do time, o clube arregimentou profissionais para cuidar do marketing e das demais áreas.

Hoje, jogadores treinam com um GPS no uniforme, para mapear suas performances -e evitar corpo mole. Mas só dez foram comprados até agora "por causa do preço": cerca de R$ 170 cada um.

A folha salarial do time é, a exemplo da própria equipe, modesta. Cada jogador recebe, em média, R$ 10 mil.

Após subir para a Séria A, o clube ganhou um ônibus ano 97 e o CT corintiano na cidade. O emblema do clube alvinegro ainda não foi substituído pelo do Penapolense.


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