Folha de S.Paulo

Novo presidente chama executivo da era Parmalat

FABIO LEITE DE SÃO PAULO

Torcedor da geração que viveu o jejum de quase 17 anos sem título, o novo presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, 44, deve anunciar na próxima semana a contratação de José Carlos Brunoro, 62, para ser o CEO do clube na sua gestão (2013-2014).

Brunoro foi o homem forte da Parmalat na bem-sucedida parceria da empresa com o Palmeiras na década de 1990. Durante sua passagem, o time saiu da fila conquistando três Paulistas (93, 94 e 96), dois Brasileiros (93 e 94) e um Rio-São Paulo (93).

Logo após derrotar Décio Perin no fim da noite de anteontem -por 153 a 106 votos dos conselheiros-, Nobre disse que Brunoro era um dos nomes cotados para seu projeto de colocar um "manager" para gerir o Palmeiras.

Brunoro, que acumula o cargo de diretor de futebol do Audax (time do Grupo Pão de Açúcar) e de diretor técnico da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), disse ontem que fora sondado por Nobre e ainda aguardava um convite oficial.

A Folha apurou, contudo, que ele já aceitou a proposta e deve ser anunciado no dia 28. Brunoro terá autonomia administrativa para fazer contratações e deve contar com um gerente de futebol que chegará em maio.

Ele disse ter vontade de retornar ao clube após 16 anos -foi dirigente entre 1992 e 1997- e afirmou que, apesar do momento financeiro ser diferente do início da era Parmalat, o projeto apresentado por Nobre é bem semelhante ao daquela época.

"São dois modelos diferentes com o mesmo fundo. Naquela época, cheguei através de uma empresa com autonomia e profissionalização. Hoje, se vir a acontecer, chegaria através do clube com a mesma profissionalização", afirmou o ex-jogador e técnico de vôlei nos anos 70 e 80.

Anteontem, em sua primeira entrevista como presidente palmeirense, Nobre falou em mudança administrativa radical para colocar o time de volta na elite do futebol brasileiro -foi rebaixado para a segunda divisão nacional-, mas ponderou que será "um biênio de recessão".

RIQUELME, NÃO

Apesar disso, Nobre prometeu um time competitivo para a Libertadores e para a Série B e disse que a negociação com Riquelme -iniciada pelo ex-presidente Arnaldo Tirone- só será sacramentada se a diretoria considerar que o meia argentino pode ser "útil" ao Palmeiras.

Segundo um aliado do novo cartola, Brunoro já teria vetado a contratação de Riquelme e tem como aliado o técnico Gilson Kleina, que será mantido no cargo.