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Não houve conflito ético em consultoria ao Brasil, diz Valcke

2014
Secretário-geral prestou assessoria à campanha brasileira em 2007 e, depois, voltou a trabalhar na federação

SÉRGIO RANGEL DO RIO

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, assumiu ontem que trabalhou na vitoriosa candidatura brasileira para ser sede da Copa de 2014.

A Folha revelou ontem que o número dois da entidade que comanda o futebol atuou como consultor da campanha brasileira em 2007 para receber o Mundial.

Na época em que trabalhou na candidatura do Brasil, o executivo francês havia perdido o emprego na Fifa. Ele era diretor de marketing e TV da federação.

"Fez-se uma grande história em cima do nada. Deixei a Fifa em 2006 e fui procurado por uma empresa baseada em São Paulo, que me perguntou se eu poderia ajudar. Ajudei mais com a aparência do que com o conteúdo", afirmou Valcke, ao participar de reunião do Comitê Organizador Local da Copa, no Rio.

A conexão do secretário-geral da Fifa com a campanha, chefiada por Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), foi mantida em sigilo por quase seis anos.

"O Blatter [Joseph, presidente da Fifa] estava ciente do que eu estava fazendo. Participei da reunião do Comitê-Executivo, mas não votei. Foi tudo muito transparente", acrescentou.

Embora não tivesse direito a voto, o secretário-geral da Fifa atuou em favor da candidatura no comitê.

Michael Garcia, chefe da câmara de investigação da Fifa, analisa se o órgão irá apurar a consultoria de Valcke, que cobrou US$ 100 mil dos brasileiros e trabalhou para Teixeira até ser nomeado secretário-geral da entidade, em junho de 2007.

"O país foi candidato único [a Colômbia era candidata na ocasião]. Trabalhei três meses e dei conselhos comerciais. Depois que voltei à Fifa, terminei o trabalho", disse.

Ele participou da candidatura no primeiro semestre de 2007. No período, o dirigente ficou fora da Fifa por seis meses, após a entidade ter sido multada em US$ 90 milhões por uma negociação, comandada por ele, envolvendo a Visa e a MasterCard.

Após formatar a candidatura e fazer lobby pelo Brasil na Fifa, Valcke participou, em 2007, da reunião do Comitê-Executivo que escolheu o país como sede da Copa.

Na proposta de trabalho enviada aos brasileiros, ele disse que participaria de apresentações para o grupo.

Irritado com as perguntas sobre seu trabalho na campanha, Valcke encerrou o assunto ontem dizendo que não há conflito ético por ter prestado consultoria ao Brasil.

"Se está à procura de algo não transparente, não tem nada disso. Não há história a criar a partir disso. Não houve qualquer conflito de interesse em ajudar o Brasil a preparar sua candidatura.

Não influenciei ninguém. O caso está encerrado", afirmou o cartola francês.

Hoje, Valcke é o homem que assina contratos, estipula prazos e faz cobranças sobre a organização da Copa.


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