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Craque fantasma

Jovem que diz ter passagens por vários clubes tem carreira posta em dúvida após 'deixar' o Flamengo

LUCAS VETTORAZZO DO RIO

Aos 26 anos, Rodrigo Souza tem uma carreira gloriosa no futebol. Jogou na seleção brasileira sub-17, campeã mundial da categoria em 2003. Fez parte do time do Vasco vencedor da Copa do Brasil em 2011.

Também defendeu Palmeiras, Grêmio e Atlético-PR, quando o time era dirigido pelo alemão Lothar Matthaus. Já passara uma temporada pelo holandês Feyenoord e pelo Flamengo, equipe que deixou nos últimos dias.

Em uma entrevista a um programa da emissora CNT de Curitiba, Souza relembra os tempos em que integrou a seleção sub-17 e outros sucessos de sua carreira.

Se o leitor, fã de futebol, não consegue ligar o nome à pessoa, não há motivo de preocupação. A "carreira" acima pode ser apenas fruto da imaginação de Souza.

Numa versão boleira do caso de Marcelo Nascimento da Silva, que durante quatro dias em 2001 se passou por Henrique Constantino, filho do empresário Nenê Constantino, dono da Gol, Souza viveu os últimos anos contando as glórias de ser um jogador de futebol de sucesso.

Sua história começou a ruir quando seu assessor de imprensa, Antônio Boaventura, divulgou, na quarta-feira, que Souza estava de saída do Flamengo. Jornalistas do diário "Lance!" procuraram a diretoria rubro-negra, que afirmou que o jogador jamais teve contrato com o clube.

A história veio a público, e ontem Boaventura encaminhou mensagens aos jornais afirmando que sua "relação com o 'suposto' atleta sempre foi de extrema desconfiança".

Boaventura contou à Folha que conheceu Souza no fim de 2012 em um clube chamado União dos Operários, na zona norte do Rio, tradicional reduto dos boleiros em atividade e dos aposentados.

De acordo com Boaventura, o rapaz procurava uma assessoria de imprensa para cuidar de sua imagem. O assessor afirmou que pediu a ele cópia do registro na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e do contrato com clube. Souza teria lhe entregue a cópia de um contrato na CBF de 2008.

SEM REGISTRO

Souza afirmou à Folha que é jogador profissional, inscrito na CBF desde 2003.

O nome do jogador, contudo, não consta do registro geral de atletas da entidade, nem do Bira (Boletim Informativo de Registro de Atletas), da Federação de Futebol do Estado do Rio Janeiro e muito menos da Fifa.

"É uma situação chata, eu não queria estar passando por ela", disse ele, que reiterou que já jogou por vários clubes brasileiros, mas se negou a dizer quais.

Também não quis dar nomes de colegas de profissão que pudessem confirmar sua história. Mas prometeu comprovar tudo em alguns dias.

"Depois do Carnaval, eu consigo correr atrás da documentação. Vou apresentar todos os papéis, todos os contratos", disse.

À Folha Souza contou que treinou no Flamengo de julho de 2012 a janeiro deste ano sem vínculo empregatício com o clube.

Souza afirmou que treinava separadamente do elenco profissional. "Treinei [no Flamengo], mas sem estar inscrito em competições oficiais. Foi solicitado que eu ficasse fazendo um trabalho, e eu fiquei", disse.

As assessorias do Flamengo e do Atlético-PR negaram que ele tenha feito parte de seu elenco.

Irritado com a "indiscrição" de seu assessor de imprensa, Souza criticou a divulgação de informações que considera erradas: "Com ele eu tenho um contrato".


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