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Força de pequenos surpreende o interior

PAULISTA Apesar de cenário favorável, dirigentes reclamam de disparidade e projetam domínio dos grandes

RAFAEL VALENTE DE SÃO PAULO

A presença de três equipes do interior entre os primeiros colocados e a invencibilidade de Ponte Preta e Linense, líder e vice-líder do Paulista, surpreende até o interior.

Com oito rodadas, o cenário é inverso ao de 2012, quando as equipes pequenas penaram e só foram vencer um grande após 12 rodadas completadas e 41 partidas.

Neste ano, a Ponte foi a primeira a triunfar ante um grande e também a última.

Bateu o Corinthians na segunda rodada, em São Paulo, e, anteontem, derrotou o Santos, em Campinas.

Além dessas duas vitórias, o interior contabiliza outras duas. O Penapolense derrotou o Palmeiras, e o Paulista bateu o Santos. Ambos os resultados foram no Pacaembu.

"O cenário é realmente melhor, mas não dá para pensar que houve melhora. Cada ano o abismo financeiro em relação aos grandes é maior", disse Márcio Della Volpe, presidente da Ponte Preta.

A análise crítica do cartola campineiro corresponde à visão dos demais dirigentes ouvidos pela reportagem.

Eles atribuem o bom início de Estadual a um planejamento ajustado com as finanças dos clubes, "sem loucuras", mas também ao fato de os grandes ainda estarem em início de temporada.

Corinthians, Palmeiras e São Paulo já dividem suas atenções com a Libertadores. O Santos, que trouxe sete reforços, busca entrosamento.

"Um jogador dos grandes cobre nossa folha salarial. Sempre foi assim. Por isso um planejamento ajustado é que pode fazer a diferença na largada", disse Luiz Simplício, gerente de futebol do Mogi Mirim, terceiro na tabela.

ABISMO FINANCEIRO

As equipes pequenas da primeira divisão do Campeonato Estadual recebem R$ 2 milhões da FPF (Federação Paulista de Futebol), enquanto os quatro grandes levam R$ 10 milhões cada um.

Por isso, os times do interior trabalham com orçamentos limitados entre R$ 300 mil e R$ 600 mil mensais.

A Ponte, única entre os pequenos paulistas que disputa a Série A nacional, é também a única com gastos elevados -R$ 1 milhão mensal.

"Não questiono a fórmula do Paulista, mas, sim, a disparidade de valores. Se a FPF aumentasse um pouco a quota para os pequenos daria para fazer um torneio melhor para clubes e torcedores", afirmou Rogério Camara, presidente do Linense.

Até por isso a boa fase no Campeonato Paulista é encarada como algo passageiro, com prazo de validade.

"Não acredito em mudança radical. Logo os grandes voltam a dominar. É difícil disputar na bola com alguém que ganha cinco vezes mais do que você", afirmou Volpe.


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