Folha de S.Paulo

Novo camisa 9 tem quatro meses para virar 'matador'

FABIO LEITE DE SÃO PAULO

Minutos antes de receber a camisa 20 do Palmeiras, Kléber foi surpreendido por uma declaração do diretor-executivo do clube, José Carlos Brunoro, na manhã do dia 8.

"O Grêmio fez uma proposta oficial pelo Barcos. Ele gostou e a gente vai conversar", disse o cartola. No fim daquela tarde, o argentino se despediu do clube, deixando a camisa 9, e todo o seu peso, para o novo atacante.

Emprestado pelo Porto até 30 de junho, Kléber precisa ter um rendimento tão rápido quanto a negociação que resultou na saída do ídolo palmeirense, que fez 31 gols em 61 jogos pelo clube.

Para isso, o capixaba de 22 anos quer repetir o bom início no clube português -foram sete gols em 11 partidas. O desempenho o levou a ser convocado para a seleção em 2011 por Mano Menezes e entrar em dois jogos.

"Sempre comecei bem nos clubes por onde passei. Quero repetir isso. O contrato é curto e vou tentar fazer o melhor para ajudar o Palmeiras."

ESTREIA

A estreia de Kléber pode ocorrer já neste domingo, no Pacaembu, contra o União Barbarense, pelo Paulista.

A diretoria baixou em até 50% o preço dos ingressos para atrair mais público -a média é de 6.000 por jogo.

"Acredito que pelo menos um pouco já dá para jogar", disse o atleta, recuperado de lesão na coxa direita -a última partida que disputou aconteceu em 8 de dezembro.

Mas o investimento em Kléber está voltado para o jogo de quinta, contra o Libertad (PAR), pela Libertadores. Tanto que seu contrato pode ser prorrogado até o fim do torneio caso o time vá às finais.

Com características semelhantes às de Barcos -prefere jogar como centroavante-, Kléber deve resgatar o estilo de jogo com um homem de referência no ataque. Gilson Kleina abriu mão desse sistema na estreia contra o Sporting Cristal (PER) e diante do Corinthians, pelo Paulista.

Mas, ao contrário do argentino, Kléber não quis prometer número de gols -"vou procurar fazer o maior número possível"- e disse que gostaria de jogar a Série B.

"Espero que os clubes se entendam futuramente para que eu possa ficar mais".

Revelado pelo Atlético-MG em 2009 e transferido para Portugal no mesmo ano, ele quer fazer sucesso no Brasil para não ser confundido com outro Kleber, o "Gladiador".

"É claro que ninguém me conhece no Brasil porque saí cedo. Vou procurar fazer meu trabalho para ser reconhecido", disse o atacante, que fez 88 jogos como profissional, quatro deles no país.