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Confissão de menor antecipa recurso de detidos na Bolívia

LIBERTADORES Advogados dos 12 brasileiros presos por morte de torcedor do San José tentam a liberação

EDUARDO OHATA ENVIADO ESPECIAL A ORURO

A equipe de advogados que defende os 12 brasileiros detidos em Oruro, por conta da morte do jovem boliviano Kevin Espada, 14, durante o jogo entre Corinthians e San José, pela Libertadores, entra hoje com novo recurso para que todos saiam da prisão.

A decisão foi tomada ontem, após a divulgação de que a Gaviões da Fiel promete apresentar hoje à Justiça brasileira um menor de 17 anos como a pessoa que acionou o sinalizador marítimo.

"Isso [a apresentação do menor] muda tudo. Segunda [hoje] vou apresentar um recurso para colocar em liberdade os 12 que estão presos", informou à Folha ontem Rubén Choque Aquino, que trabalha com o primo Freddy Marquez Choque e Jorge Flores na defesa dos brasileiros.

Os advogados já haviam entrado com recurso pedindo a liberação de dez brasileiros -só Cleuter Barreto Barros e Leandro Silva de Oliveira seriam mantidos, já que em suas mochilas foram encontrados sinalizadores com o mesmo número de série do que causou a morte de Kevin.

"Na terça-feira seria definida a data em que nosso recurso original seria apreciado", informou Rubén.

"Mas agora a situação processual pode mudar totalmente com a revelação desse menor que deve confessar."

Questionado sobre a situação do adolescente, o advogado lembrou que os conceitos de maioridade no Brasil e na Bolívia são distintos.

"Ele [jovem que vai confessar] ainda é considerado menor de idade no Brasil, mas na Bolívia, onde ele terá de se apresentar, já é tido como maior de idade, e pode pegar até 25 anos de prisão", disse.

No país andino, são considerados menores de idade aqueles que ainda não completaram 16 anos. Nesse caso, a pena máxima seria de apenas cinco anos de prisão.

Procurada ontem pela reportagem, a representante do Ministério Público Abigail Saba, que está à frente do caso, não havia se pronunciado até a conclusão desta edição sobre a revelação de que um menor confessará ter feito o disparo. Assim, não fica claro se com esse novo elemento a linha investigatória permanecerá a mesma.

O sargento Wilson Claros Reynaga, que participa da investigação, deu a entender que há espaço para novas evidências. "O inquérito não está fechado. A investigação está em sua etapa inicial. Estamos fazendo exames exaustivos para apontar o responsável pela morte", disse.

Anteontem, durante o enterro de Kevin em Cochabamba, a 210 km de Oruro, familiares do jovem afirmaram que desejam que a Justiça boliviana puna os culpados do episódio, e não a brasileira.


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