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Opinião

Minha proposta é um castigo e também um projeto-piloto

SONINHA FRANCINE ESPECIAL PARA A FOLHA

Sou contra a punição ao Corinth... Não, melhor começar de outro jeito. Sou a favor de outra punição para o Corinthians, em vez da obrigação de jogar toda a Libertadores com portões fechados.

Jogo sem torcida é punição para quem não tem culpa nenhuma. Eu poderia citar os patrocinadores do clube e do campeonato e até os detentores de diretos de TV -eles têm o direito de esperar retorno por seu investimento, e o espetáculo é prejudicado.

Mas o espetáculo e a grana não são o que me aflige. É a torcida. Milhões de pessoas que iriam ao estádio ou assistiriam em casa a um jogo com muita gente, barulho, bandeiras. Todos sofrendo uma perda por causa de um, dois ou 12 corintianos sem noção.

Não coaduna com o princípio de justiça punir todo mundo pelo erro de uma dúzia. É algo recorrente com policiais e moradores da favela, professores e alunos, políticos e viajantes, encarcerados e carcereiros. E está errado.

A morte do garoto não pode ficar impune. E a Conmebol não pode estabelecer ou ampliar um limiar de omissão, tolerância ou leniência. A pena cumpre também o papel de alerta: Que não se repita ("senão..."). E, em tese, já que o time é o que o torcedor mais ama, prejudicá-lo é a última coisa que ele quer, portanto vai pensar antes de atirar chinelo em campo ou bomba na arquibancada.

Simplesmente não creio nessa tese. Alguns torcedores amam a si mesmos, seus grupo, "sucesso" e popularidade mais do que qualquer outra coisa. A reputação de maus, assustadores, invencíveis. Gente que, no estádio, fica chamando o "inimigo" pro pau. Podem ficar chateados pelo clube, mas contanto que não aconteça nada a eles... Segue a vida loca.

Minha proposta de pena é um castigo, claro, e também um projeto-piloto. Que nos jogos do Corinthians o estádio todo seja "setor família". Que cada homem só entre com mulheres e crianças. Os valentões serão desencorajados. Não estão no bando que dissolve a responsabilidade individual, não esperarão ansiosos pela escaramuça com rivais. Muitos nem irão. Ou se sensibilizarão com o moleque do lado, cujo pai veste a camisa do rival. E, importante: quem desistiu do estádio com medo poderá voltar.

Mas não pode o Corinthians ser o único punido. Algo precisa sobrar para os anfitriões, e para quem vende sinalizador a qualquer um.

SONINHA FRANCINE é jornalista e política


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