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Com liminar, quatro torcedores ignoram pedido e veem o jogo

LIBERTADORES
Diretoria corintiana tentou convencê-los a não entrar

DE SÃO PAULO

Eles ignoraram apelos da diretoria e de outros fãs. De posse de uma liminar, quatro torcedores foram os únicos a ver o jogo entre Corinthians e Millonarios das arquibancadas do Pacaembu.

A decisão do juiz Antonio Carlos de Figueiredo Negreiros, da 7ª Vara Cível de São Paulo, permitiu que eles superassem a decisão da Conmebol, que vetou a presença de torcida no jogo.

"Vim exercer meu direito de consumidor, de torcedor, comprei o ingresso há meses e não abro mão", disse Armando Mendonça, advogado e autor do pedido de liminar.

Com ele estavam Rodrigo Adura, Karina Mendonça e Milton Mendonça. Outros dois torcedores que poderiam ter ido ao jogo não compareceram por "decisão pessoal".

Assim que chegaram ao estádio, uma hora e meia antes do jogo, foram trancados numa sala com os advogados do Corinthians Luiz Felipe Santoro e Luis Alberto Bussab.

"Tentamos convencê-los a não entrar para não prejudicar o clube", lamentou Bussab. "Isso não vai acontecer", rebateu Armando Mendonça.

Os quatro checaram os celulares, festejaram discretamente os gols, chegaram a entoar por alguns segundos os cantos das organizadas, mas logo desistiram.

Eles tinham ingressos para as numeradas do Pacaembu, que custam R$ 300 -com o desconto do programa de sócio-torcedor, cada entrada saiu por R$ 217,50, o que gerou renda bruta de R$ 870.

Os quatro policiais que os cercavam não permitiram o acesso dos repórteres a eles, não durante a partida.

Assim, eles desceram até a grade que separa a torcida do campo e concederam entrevistas às emissoras de TV. Reafirmaram que estavam exercendo seus direitos.

Enquanto isso, fora do estádio, não faltava quem lamentasse a decisão dos quatro que puderam entrar.

"Esses caras chegaram de BMW, são advogados. Estão querendo fazer a fama, fazendo o nome em cima do Corinthians", criticou Ricardo Corregio, engenheiro civil que trabalha no Itaquerão.

Ele também tinha ingresso, mas pouca esperança de assistir ao jogo. Só foi ao Pacaembu, de bicicleta, para ter certeza de que seria barrado.

Mas a maioria dos cerca 300 corintianos que passaram pela praça Charles Miller, em frente ao Pacaembu, preferia ficar por lá.

Acompanhando o jogo em celulares e rádios de pilha, tentaram transformar os arredores do estádio numa arquibancada -mas não conseguiram ser ouvidos dentro.

"O que aconteceu foi uma fatalidade. Todo jogo da Libertadores tem sinalizador", afirmou Carlos Coelho, 31, membro da organizada Gaviões da Fiel, sobre a morte do garoto Kevin Espada, 14, há uma semana, na Bolívia.

O publicitário ignorou os pedidos da facção e também do Corinthians para não frequentar a área do Pacaembu. O clube temia tumultos fora do estádio, que não ocorreram. (LUCAS REIS, MARTÍN FERNANDEZ E RAFAEL REIS)


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