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Edgard Alves

Ruído

Documentário sobre os 50 anos do bi Mundial de basquete rompe tradição e resgata memória do esporte

O cinquentenário da conquista do bi Mundial de basquete pela seleção brasileira masculina vai ser marcado neste ano com a produção de um documentário intitulado "Cesta Bicampeã", dirigido por Belisário Franca. A iniciativa rompe as comemorações convencionais, como festa, almoço ou coquetel, e tem como fato relevante o resgate da memória da modalidade. As duas conquistas, no Chile-59 e no Rio-63, foram destaques do esporte brasileiro, mas acabaram ofuscadas pela coincidência com o período do bi mundial do futebol, a paixão nacional, na Suécia-58 e no Chile-62.

Na época, o basquete do Brasil desfrutava de prestígio internacional, e ganhou ainda medalha olímpica de bronze em Londres-48, Roma-60 e Tóquio-64. Quase nada da memória visual daquela fase, entretanto, ficou consolidada. Por isso, a produtora Giros, diante da inexistência de um acervo, busca imagens com pessoas que tenham gravações.

Descobriu-se, por exemplo, cenas de treinamentos da seleção em Teresópolis e de jogos no Maracanãzinho, em arquivos que já passaram por mais de duas gerações de uma família, e também um registro do final do jogo decisivo contra os EUA.

Ex-integrantes da seleção anunciaram o projeto na última terça-feira, em São Paulo. Lá estavam Amaury Pasos, Wlamyr Marques, Antônio Succar, Luiz Cláudio Menon, Benedito Cícero Torttelli (o Paulista), Domingos Massoni (Mosquito), Fritz Braun, Jatyr Schall e Vitor Mirshauskas. Waldemar Blatskauskas, Rosa Branca e Ubiratan, que completavam o time, e o técnico Togo Renan Soares, o Kanela, já morreram. Paulista, idealizador do projeto, o definiu como a "última cesta da nossa geração".

Coincidentemente, na terça, o "Esporte" da Folha publicou reportagem de Fábio Seixas mostrando que, a 1.249 dias da conquista do direito de organizar a Olimpíada-16 e a 1.249 dias da abertura dos Jogos no Rio, a organização chega ao meio do caminho sem criar "cultura olímpica". Se vivemos um fracasso no desenvolvimento esportivo, projetos como "Cesta Bicampeã" devem fazer algum ruído fora dele. O documentário será levado ao cinema e à TV, enquanto um DVD mostrará o feito em universidades e em escolas.

Há outros em andamento, entre os quais um de Silvio Tendler sobre Moscou-80; outro de Laís Bodanzky sobre mulheres olímpicas. Por aqui, o que mais existe são documentários de futebol, de clubes, todos mais ou menos chapa-branca.

Mas há os interessantes, como "Futebol" (1998, de João Moreira Salles e Arthur Fontes) e o clássico "Garrincha, Alegria do Povo" (1963, de Joaquim Pedro de Andrade).

Os documentários devem prosperar no Brasil, com a lei 12.485, que estabelece desde o ano passado cotas de produção nacional nas grades de TV por assinatura. E a área do esporte é fonte inesgotável para audiovisuais.


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