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Juca Kfouri

Semana de fiascos

Tirante Grêmio e Galo, os outros quatro brasileiros só decepcionaram até aqui na Libertadores

ALGUMA COISA acontece no nosso futebol.

Quatro dos maiores clubes do país jogaram em casa nesta semana pela Libertadores e apenas dois venceram, o Grêmio, com show, e o Galo, com autoridade.

Os gaúchos, bicampeões brasileiros, passaram bem pelo Caracas, 11 vezes campeão venezuelano.

E o Galo, uma vez apenas campeão do Brasil, superou o oito vezes campeão boliviano The Strongest.

Não fizeram nada mais que suas obrigações, mas, diante dos outros resultados de outros dois gigantes, Fluminense e São Paulo, que também jogaram em casa, talvez tenham feito mais. Porque tanto os tricolores cariocas, tetracampeões, como os paulistas, hexa, não passaram de melancólicos empates com o Huachipato, duas vezes campeão chileno, e com o Arsenal, que jamais ganhou o Argentino, como o Tigre.

Pior ainda, fez o Palmeiras, outro hexacampeão -sempre lembrando que aqui se considera apenas os Robertões como equivalentes ao Brasileiro e não as Taças Brasil.

Porque o Palmeiras perdeu para este inexpressivo Tigre, time de terceiro nível na Argentina, numa partida deprimente pela falta de postura do time alviverde, que se equiparou ao timeco portenho.

Desculpa para derrota só tem o pentacampeão nacional Corinthians, que viajou 17 horas para jogar num impraticável gramado sintético contra o uma vez campeão mexicano Tijuana.

Note que até aqui as menções foram só ao títulos nacionais, porque nenhum dos seis adversários dos brasileiros jamais venceu uma Libertadores, que dirá o Mundial.

E entre os brasileiros há sete títulos continentais -três do São Paulo, dois do Grêmio e um de Palmeiras e Corinthians-, além de seis mundiais, mais três do São Paulo, dois do Corinthians e um do Grêmio.

A pergunta é: onde se perdeu tamanha superioridade, nivelada agora a equipes que, exceção feita ao Tijuana, nem sonham com tais glórias?

Porque acidentes acontecem no futebol, mas, convenhamos, os acidentes foram tantos em quatro jogos que deixam de ser acidentes e revelam como os adversários perderam o respeito pelo futebol brasileiro, como os mexicanos têm cansado de nos mostrar.

Claro que nada impede que um desses times brasileiros mantenha a escrita recente de ganhar mais uma Libertadores e os 100% de aproveitamento do Galo são prova disso, assim como parece improvável que Corinthians, Fluminense, Grêmio e mesmo o São Paulo, não se classifiquem à próxima fase. Mas que há por que se preocupar, há.

Verdade que mais motivos de preocupação têm os torcedores do Boca Juniors, em situação dramática.

Quem sabe a solução esteja em deixar de olhar para a Libertadores como uma competição só sinônimo de guerra, para que todos se preocupem em jogar bom futebol.


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