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Lúcio Ribeiro

Vida de colunista

Os times de futebol precisam cooperar com o colunismo esportivo. O Palmeiras, por exemplo

Não é fácil ocupar um espaço semanal tão nobre como este, num jornal como a Folha, para falar de futebol num país tão boleiro, de tantas "tribos" distintas e com tamanho número de bares e de mesas-redondas.

Nos dias que antecedem a escrita, você vê pencas de jogos na TV, no computador, no campo, ouve no rádio, analisa, discute, pensa, busca referências, compara com o passado, projeta o futuro, pede opiniões, lê bastante, acompanha os "comentaristas de Twitter" e, numa hora tal, chega à conclusão de que está prontinho para sentar e escrever, já que o tema, ufa, está escolhido.

No meu caso, há duas semanas, tal tema era o Palmeiras e sua "boa fase". A conjunção astral era outra, atestei, após um longo período de problemas de todas as ordens, reveses calculáveis e incalculáveis, um turbilhão infindável de más notícias. Chamei de "a maior ziquizira da história", época em que você vai ao fundo do poço enquanto o maior rival vai aos píncaros da glória.

Nessa você saca que o astral do Palmeiras mudou e resolve discorrer sobre o assunto por 3.800 toques neste espaço, sob o título "SuperVerdão contra o baixo astral".

A tese era sólida. Após estreia com vitória na Libertadores e um honroso empate com os campeões mundiais, que se mataram para buscar um 2 a 2 suado ante o "renovado" Palmeiras, na ocasião invicto em sete jogos, cravei em palavras que o "momentum" alviverde era outro. E arrisquei no prognóstico: "Um resultado que não a derrota na quinta no Paraguai daria outra semana de sossego para o time seguir em sua reconstrução rumo à paz".

O Palmeiras não só perdeu o jogo de modo omisso naquela quinta no Paraguai como teve performance ridícula dias depois na Argentina, ao ser derrotado pelo fraco Tigre em uma partida com requintes cruéis de maus-tratos à bola, culminando em torcedor rachando a cabeça de jogador em aeroporto e muro do clube pichado. A coisa poderia ser pior anteontem, se perdesse para o outro rival, o São Paulo, no clássico em que ficou bom tempo com um jogador a mais, mas não foi capaz de fazer um gol. O 0x0 manteve o time três jogos sem marcar um gol e na sétima colocação do torneio em que oito se classificam.

Quando mencionei, míseras duas colunas atrás, que o "baixo astral" tinha largado o clube, em "franca ressurreição", arrisquei a dizer por brincadeira que o Palmeiras começava uma trajetória rumo ao jogo contra o Milan no Marrocos, no fim do ano, numa quase impossível final de Mundial de Clubes. Quase impossível não pelo Milan, claro.

Mas, se o time italiano for tão "derruba-colunistas bem-intencionados" quanto o Palmeiras, temo pelo Milan hoje na Copa dos Campeões, no jogaço contra o SuperBarcelona, outro que luta contra o baixo astral.

Oh, lá vou eu de novo


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