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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

A Itália de Felipão

Para vencer na quinta, a lógica do técnico é montar um time mais italiano, com volantes marcadores

Felipão foi convidado a assumir a seleção da Itália em agosto de 2002, logo depois de conquistar o título mundial pelo Brasil. A afirmação é do próprio treinador, em entrevista ao jornal italiano "La Gazzetta dello Sport" na última terça-feira. Um dos motivos para não ter aceitado foi a proposta de Portugal, logo em seguida. Outro, o fato de os italianos, como os brasileiros, serem reticentes com técnicos estrangeiros.

Somos mesmo. Mas com treinadores brasileiros também. Ai, se Felipão perder da Itália na quinta...

Para vencer, a lógica do treinador da seleção é montar um time mais italiano. Uma equipe mais recheada por volantes marcadores, daqueles que recuperam a posse de bola e nem sempre sabem para onde dar o passe. Nas últimas décadas, esse estilo é bem brasileiro.

Mas Felipão escolheu volantes marcadores que sabem tratar a bola. Luiz Gustavo, do Bayern, é bom. É o reserva da dupla Javi Martínez e Schweinsteiger na equipe. Mas na terça-feira, contra o Arsenal, jogou melhor do que o volante espanhol, contratado a peso de ouro.

Felipão não quer brucutus como cabeças de área. Quer protetores da defesa. É parte de sua limitação não saber jogar com armadores como volantes. Paulinho e Ramires, acostumados a construir jogadas, precisam de adaptação para ficarem mais recuados. E Felipão necessita dessa segurança. Logo, quinta-feira é dia dos cabeças de área.

O BRASIL DE PRANDELLI

Eis a diferença para a Itália de hoje. Cesare Prandelli monta um time à maneira como os italianos gostam de jogar. A Azzurra não tem fantasia. Mas o projeto de reconstrução do futebol italiano -sim, existe um projeto- olha o que há de mais moderno no planeta.

Arrigo Sacchi é o diretor das divisões de base, observa o que se faz na escola do Barcelona e na do Ajax -berço de Cruyff e Rinus Michels, mestres da escola de formação do Barça. Prandelli jogou contra a Holanda, em fevereiro, com Candreva na ponta direita. Avança e recua mudando o sistema de acordo com sua movimentação. Os volantes, Pirlo, Marchisio, Montolivo, ou Verratti, contra a Holanda, todos têm bom passe e visão de jogo.

O Brasil de Felipão não pode ser só dos volantes. Precisa ser de Neymar e Kaká. Contra a Itália, provavelmente Kaká por dentro, Neymar na ponta esquerda -com Mano Menezes, era o contrário.

A Itália será adversária do Brasil pelo menos duas vezes neste ano. Na quinta-feira, em Genebra, e em 22 de junho, em Salvador.

Entre os dois duelos, Felipão tentará construir uma equipe com cabeça, corpo e membros. Ela não precisa ter volantes de bom passe, como Prandelli deseja na Itália. Precisa ter rosto. Se conseguir isso, Felipão provavelmente será tratado na Itália com alguém que poderia ter mesmo dirigido a Azzurra.

E terá tranquilidade para trabalhar no Brasil.

JOGA, NEYMAR

Neymar teve bons momentos contra o Guarani, o que é impressionante levando em conta a semana que teve. Festança na segunda, atraso para o treino na sexta. Não é 100% garantido que algumas apresentações ruins tenham sido causadas por isso. Mas ele precisa de cuidado para não extrapolar.

WESLEY É MAIS

Wesley não é armador, e o Palmeiras sente falta das bolas enfiadas por Valdivia. Mas, na prática, Wesley significa mais. No início do ano, dos primeiros 23 gols do Palmeiras, Wesley deu o passe decisivo cinco vezes. Kleina ainda sofre para acertar o time. Pode ser que não dê tempo para o técnico.


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