Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Folhinha

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Vítimas da guerra

Conflito na Síria deixa crianças sem casa, escola e comida; muitas trabalham e usam armas

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Quando estive na Síria, em 2010, fui cercado por crianças no oásis de Palmira, bem no meio do país.

Fascinadas com o estrangeiro ali naquele deserto, elas me perguntaram de onde eu vinha. Disse que sou brasileiro. Os garotos me imploraram para jogar futebol com eles. Mas sou perna de pau, então disse "não". Pediram para eu assistir à partida. Topei.

Na época, ninguém sabia que a Síria iria virar um campo de batalha. Não dava para imaginar que aquelas crianças empoeiradas, brincando de bola, iriam em breve lutar contra a guerra e a fome.

Três anos depois, visitei o campo de refugiados de Zaatari, na Jordânia, país vizinho da Síria. É para lá que muitos sírios estão indo, para fugir da guerra. Conheci outros garotos. Também jogavam bola, mas agora moram em barracas, longe de casa.

A brincadeira acompanha a criança para onde vai. Mas a vida de refugiados é outra. Até há escola, mas muitos não estudam pois precisam trabalhar. Crescem entre barracas, cercados de soldados, sem biblioteca, parquinho, cinema, brinquedo.

Cercadas de armas, crianças não pensam só em brincar. "Quero voltar para a Síria", me disse um menino. "Quero lutar."

HITÓRIA TRISTE

A guerra na Síria, uma das histórias mais tristes no nosso mapa-múndi, começou em março de 2011, quando gente insatisfeita foi para as ruas reclamar do ditador Bashar al-Assad. Vários países de cultura árabe estavam assim, cheios de protestos, como a Tunísia e o Egito.

Os sírios tinham (e têm) muito do que reclamar. A família Assad está no poder desde 1971. A economia vai mal, e as pessoas não têm a liberdade que há no Brasil. A situação piorou quando o Exército começou a atacar os manifestantes. Os protestos viraram guerra entre rebeldes e soldados fiéis ao ditador.

Nesses três anos, a luta destruiu cidades em todo o país. Se é difícil para adultos, imagine para quem é pequeno. A Organização das Nações Unidas diz que 1 milhão de crianças tiveram de sair da Síria. Outras 4 milhões estão lá. Muitas não vão mais à escola. Tem gente que diz que é uma "geração perdida".

Tem criança sendo presa, torturada e obrigada a lutar com armas, e ao menos 10 mil delas morreram. Não é só coisa do ditador e do Exército. Ninguém é mocinho por lá, e rebeldes também têm culpa.

A destruição torna as condições de vida muito ruins. Tem gente sem água limpa para beber. Há crianças com doenças graves.

O que fazer? Ninguém sabe. Políticos do mundo todo tentam fazer a paz voltar à Síria. Enquanto isso não acontece, organizações internacionais (como a Unicef) aceitam doações para ajudar as crianças. Você pode, quem sabe, descobrir uma forma de ajudar!


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página