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Como será o amanhã

Cancelamentos, encalhe de ingressos e inflação de preços geram incerteza sobre futuro de megashows no Brasil

LUCAS NOBILE MATHEUS MAGENTA DE SÃO PAULO

O cancelamento do festival espanhol Sónar no Brasil, a mudança do show do The Cure para um local menor, o encalhe de ingressos para os shows de Madonna e Lady Gaga no ano passado, o cancelamento do SWU e as incertezas sobre a edição deste ano do Planeta Terra apontam que a bolha do mercado de shows internacionais no país parece ter estourado.

Se, há pouco mais de dois anos, fãs acampavam em frente a bilheterias ou passavam horas em sites congestionados para tentar comprar entradas, hoje as empresas lançam promoções para tentar esgotar seus ingressos.

As principais empresas do setor evitam falar em bolha. Para elas, a "instabilidade" se deve ao aumento do número de atrações internacionais (triplicou entre 2010 e 2012, de 149 para 459), de fraudes com meia-entrada e da concorrência entre produtores de grandes shows, que inflacionou cachês das atrações.

Em meio a isso, artistas de peso voltaram ao país após anos de ausência -Paul McCartney, Bon Jovi, Foo Fighters, Roger Waters-, mas os ingressos ficaram cada vez mais caros. A entrada para um dia de apresentação no Rock in Rio de 2001 custou R$ 92, em valores corrigidos. Neste ano, o valor atinge R$ 260.

Para Fernando Altério, diretor-presidente da T4F (Time For Fun), maior empresa do setor na América Latina, 2012 foi um ano "atípico", em que ocorreu "tudo que poderia acontecer de errado".

A empresa viu encalhar ingressos de shows de Madonna (que custaram R$ 170, ante R$ 85 em 1993, em valores já corrigidos) e Lady Gaga (entre R$ 190 e R$ 750).

No show de Gaga, a reportagem da Folha presenciou a produção do show distribuir ingressos gratuitamente na porta do Morumbi.

No mês passado, Altério disse a investidores que a queda de 95% do lucro (antes de impostos, amortizações e juros) da T4F de 2011 para 2012 teve entre suas causas a "diluição das verbas de patrocínio e de demanda de bilheteria". A empresa é a única do setor a divulgar seus resultados -exigência para ter capital aberto na Bolsa.

No ano passado, o festival Lolla precisou entrar num leilão informal com um concorrente para ter o Foo Fighters como a sua principal atração. O lance inicial do cachê da banda era de R$ 1,5 milhão, mas o martelo só foi batido por R$ 5 milhões.


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