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Produtores criticam alto cachê e meia falsificada

Empresas do setor reclamam ainda de impostos, concorrência e câmbio

Segundo Leo Ganem, da Geo Eventos, fraudes levam ao aumento do preço de ingressos de shows e festivais no país

DE SÃO PAULO

Os principais empresários que atuam no mercado de shows internacionais no Brasil são unânimes em dois pontos: evitam falar em bolha no mercado, mas estão apreensivos com o atual momento desfavorável do setor.

"É um ciclo normal. Há quatro, cinco anos, o dólar estava barato, com o consumidor brasileiro cheio de dinheiro, e o mundo estava relativamente quebrado", explica Leo Ganem, diretor-geral da Geo Eventos, que produz o festival Lollapalooza.

Coy Freitas, que já trabalhou na organização de festivais como Planeta Terra e Sónar, diz que "a crise está batendo na porta de todo mundo" e que os promotores de shows vivem um "drama".

"Existe uma retração no investimento das empresas patrocinadoras e uma bilheteria instável. Sem contar a fortuna de impostos que se paga no Brasil. O cachê ficou inviável", afirma Freitas.

Segundo Roberto Medina, empresário que criou o Rock in Rio, o dinheiro arrecadado no festival vem 50% da bilheteria e 50% de patrocínio.

A equação se baseia, segundo ele, num trabalho de fortalecimento da marca Rock in Rio junto a anunciantes desde 2001, quando o festival voltou a ter regularidade.

Muitos dos empresários e produtores de festivais no Brasil, porém, veem no cancelamento da edição brasileira do Sónar e na incerteza sobre o futuro do SWU um problema para a consolidação de marcas mais recentes.

"Todo mundo sabe que nas primeira edições de um festival perde-se dinheiro. Demora-se para conquistar o público e consolidar uma marca, ainda mais no caso de um Sónar, que tem uma programação que não é mainstream, tem um conteúdo artístico inovador", comenta Freitas.

Ganem, que diz prezar pela qualidade das bandas do Lolla, critica o SWU, que foi suspenso após duas edições (em 2010 e 2011).

"O SWU errou ao se prender apenas àquela bandeira ridícula de sustentabilidade, de ser um festival verde", diz. Procurado, Eduardo Fischer, do SWU, não foi localizado para comentar as críticas.

INGRESSOS CAROS

Para Roberto Medina, parte das dificuldades atuais do mercado pode ser explicada por ingressos "caros".

"Os preços do Rock in Rio estão entre os mais baixos. Um dia no festival, que oferece mais de uma dezena de shows em um ambiente agradável, com boas opções de diversão e comida, custa R$ 260, com meia de R$ 130."

Ganem critica o excesso de fraudes com meia-entrada.

"O Lolla tem 95% de meias-entradas. Parte desse público tem carteirinha falsificada. Não são estudantes. Ou a gente é a Coreia do Sul e eu não sei. Acabo punindo [com um preço mais alto da inteira] uma parte da população que não se beneficia desses subterfúgios e ilegalidades."

Segundo ele, o preço do ingresso cairia de R$ 330 para R$ 206 caso houvesse um limite de 30% para meias-entradas, como defendem produtores da área cultural.

A primeira edição do Lolla no país teve prejuízo, que a produção diz não ter sido surpresa, principalmente pelo cachê pago ao Foo Fighters. Apesar das turbulências, para o Lolla deste ano foram vendidos de 150 mil das 180 mil entradas. O festival foi confirmado para 2014.


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