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Atores admitem que trabalhar em filmes hi-tech é frustrante

FERNANDA MENA ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Se, nas telas, as novas tecnologias aplicadas ao cinema encantam os olhos por trás de óculos 3D, nos estúdios e sets de filmagem elas parecem arruinar a magia do trabalho dos atores.

É essa a avaliação de atores como Ewan McGregor e Stanley Tucci, que integram o elenco da superprodução hi-tech "Jack - O Caçador de Gigantes", dirigido por Bryan Singer, de "X-Men".

O filme utiliza quase toda a tecnologia de ponta disponível hoje para criar uma versão do conto de fadas "João e o Pé de Feijão".

Há 3D, imagens geradas por computador e filmagens com a tecnologia "motion capture" (captação de movimentos com atores cobertos por sensores dos pés à cabeça, que posteriormente determinam as ações das animações digitais).

"O trabalho do ator se torna outra coisa quando você tem de contracenar com nada, em um ambiente todo verde ou azul. É frustrante", admite o escocês McGregor.

"Frustrante? É humilhante", diz Tucci. "Eram horas e horas no set, vestido com uma armadura e empunhando uma espada e, na hora da ação, parávamos tudo porque uma câmera sei lá o quê não funcionou."

"Nas telas, os efeitos são incríveis. Mas, no set, esse tipo de tecnologia simplesmente acaba com a imaginação do ator", resume ele.

Os atores tiveram de gravar muitas cenas em estúdios totalmente verdes em que as imagens geradas por computador (gigantes e mais gigantes) seriam posteriormente inseridas.

"Você tem de contracenar com bolas de tênis, conversar com elas como se fossem os gigantes. O set de filmagem fica cheio de técnicos, que são criativos, mas de uma maneira diferente de um ator", explica McGregor.

O longa custou cerca de US$ 150 milhões (cerca de R$ 300 milhões) e consumiu quase um ano de pós-produção -fase restrita aos computadores, em que a mágica vista nas telas, quase incompreensível nas filmagens, de fato acontece.

"O problema é a expectativa da audiência", diz Singer. "Quando algo feito nos computadores não parecia real, refizemos até que ficasse a contento. Fui muito exigente com o pessoal da computação gráfica."

Atores e diretor avaliam o resultado de todo esse aparato tecnológico, além de caro, como surpreendente.

"O mais engraçado é que, em geral, quando faço parte de um filme e vou assisti-lo no cinema, fico me lembrando dos locais de filmagem", afirma McGregor. "Neste caso, no entanto, é surpresa pura porque o ator não tem memória de nada do que está ali. É como ver outra pessoa fazendo aquilo que você fez."


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