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Crítica Aventura

Longa tem bons personagens e cara de game

Diretor soube valorizar ator principal e teve habilidade para trabalhar com arquétipos típicos dos contos de fada

SÉRGIO ALPENDRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Atualmente, quase todos os filmes de ação contam com um determinado artifício de estilo: a câmera-pássaro. Se for fantasia, para exibição em 3D, é quase certa a presença de tal expediente.

Trata-se de uma câmera que voa alucinadamente por paisagens artificiais e faz com que os longas se pareçam com videogames.

Temos um pouco disso em "Jack - O Caçador de Gigantes", adaptação de um antigo conto de fadas inglês cuja variação mais famosa é "João e o Pé de Feijão".

Jack, jovem plebeu, recebe a visita de uma princesa que foge de um casamento forçado. Por acidente, um gigantesco pé de feijão cresce no meio de sua casa, levando-os a um mundo desconhecido, em uma montanha e habitado por gigantes. Os voos rasantes aparecem aqui e ali, para aproveitar ao máximo o efeito da terceira dimensão.

Por outro lado, há na aventura um senso dramatúrgico interessante. Temos arquétipos que representam um panorama histórico da narrativa fantástica.

Há o vilão ganancioso, seu ajudante abobalhado, a princesa meiga e justa, o pai atencioso e durão, o rapaz pobre de caráter rico, o guerreiro das causas nobres etc. Até mesmo os gigantes reproduzem tal esquema.

Esse tipo de esquematização, quando trabalhado conscientemente, rende nas mãos de um diretor hábil como Bryan Singer. Porque se apoia na construção arquetípica dos personagens para conseguir momentos de emoção genuína (algo raro atualmente em filmes para a família).

Singer sabe, por exemplo, como valorizar o trabalho de um jovem ator como Nicholas Hoult (que, aliás, se parece com Christopher Reeve).

Sabe também encontrar o tom ideal para a atuação de Stanley Tucci, pois seu vilão pode ser caricatural de tão maldoso, mas funciona dentro da proposta.

"Jack - O Caçador de Gigantes" não é primoroso como, por exemplo, "As Crônicas de Spiderwick", de Mark Waters. Tampouco tem o charme de algumas fábulas de Tim Burton. Mas é digno, um bom divertimento para uma tarde de domingo.


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