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Renata Sorrah encena em Curitiba a premiada peça "Esta Criança"

Espetáculo vencedor do Shell marca parceria com a elogiada Companhia Brasileira de Teatro

Encenação centrada em questões sobre pais e filhos inicia temporada em SP no próximo dia 19, no Sesc Vila Mariana

GUSTAVO FIORATTI ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

O espetáculo "Vida", montado em 2010, gerou uma espécie de burburinho em torno da Companhia Brasileira de Teatro. Era uma turma já com dez anos de carreira, cujo trabalho reverberava mais em sua cidade natal, com algum eco em São Paulo. A atriz Renata Sorrah estava atenta.

Ela assistiu à montagem em sua temporada no Rio de Janeiro e, "enamorada", resolveu aproximar-se do diretor, Marcio Abreu, bem como dos atores do grupo. No ano passado, enfim juntos, eles resolveram montar a peça "Esta Criança", do dramaturgo francês Joël Pommerat.

Foi uma aposta certeira. O espetáculo, que estreou no Rio de Janeiro e que passa agora pelo Festival de Curitiba para três sessões (uma ontem e duas hoje), venceu o Prêmio Shell carioca em quatro das cinco categorias a que foi indicado, de melhor atriz para Sorrah e de melhor direção para Abreu inclusive.

No dia 19, a encenação inicia uma temporada paulista de quase dois meses no Sesc Vila Mariana, com apresentações às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 18h.

Ao contrário do que costuma acontecer em espetáculos que se beneficiam de uma atriz de seu porte, Sorrah não assume na peça o papel de protagonista. O tempo que a atriz passa no palco é similar ao dos intérpretes que a acompanham, Giovana Soar, Ranieri Gonzalez e Edson Rocha.

Os atores se revezam em dez esquetes centradas em questões sobre pais e filhos. Curtas e densas, as situações revelam emaranhados de sentimentos, dependência amorosa, rejeição, conflitos de personalidade. O caldo engrossa. E a história de uma mãe que rejeita o jeito como sua filha se veste, por exemplo, pode ganhar contornos de pesadelo.

O texto, relata Sorrah, foi indicado a ela por Ariane Mnouchkine, fundadora e diretora do Théâtre du Soleil.

"E houve uma coincidência que confirmou nossa decisão", diz a atriz. "O Marcio [Abreu] queria montar essa mesma peça depois de ter conhecido os trabalhos de Pommerat na França."

Trata-se de uma escolha que possibilita colocar o intérprete em primeiro plano. Antes de ser dramaturgo e diretor, Pommerat foi ator. Hoje, atua com duas companhias, uma em Paris e outra em Bruxelas, e seus textos são esculpidos, em geral, na presença de atores com quem trabalha.

Na concepção de Abreu, o plano se descola para um cenário cujo ponto de fuga é distorcido, com piso reclinado e estrutura que avança sobre a plateia, engolindo algumas cadeiras inclusive.

O namoro entre Sorrah e a Companhia Brasileira de Teatro, bem como o interesse por revelar textos contemporâneos, pautará projetos futuros. Eles pretendem encenar, ainda neste ano, um texto de Hanoch Levin, israelense com forte veia para a provocação política e para a comédia.

Por ora, Sorrah se dedica à temporada paulista de "Esta Criança" e estuda para seu novo papel na TV, no remake da novela "Saramandaia".


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