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Crítica - Drama

Longa sobre conflitos em Gaza derrapa na ingenuidade e nos bons sentimentos

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O olhar humanista é uma característica de certo cinema francês, mas muitas vezes essa abordagem derrapa na ingenuidade e nos bons sentimentos. É o caso de "Uma Garrafa no Mar de Gaza", dirigido por Thierry Binisti, que adaptou um romance juvenil de Valérie Zenatti.

Tal (Agathe Bonitzer) é uma francesa de 17 anos que vive em Jerusalém com os pais. Depois de um atentado cometido em seu bairro por um camicase, ela escreve uma carta a um palestino imaginário em que rejeita a violência como saída para o conflito entre os dois povos. Lançada ao mar em uma garrafa, a carta chega às mãos de Naim (Mahmud Shalaby), um palestino de 19 anos que nunca saiu da faixa de Gaza.

Os dois jovens começam a trocar e-mails e, aos poucos, a incompreensão vai dando lugar ao afeto.

A vontade de compreender o outro é um gesto generoso que inspira simpatia, mas a amizade epistolar avança na base das frases feitas, da sinceridade cheia de pureza. Os sentimentos suplantam o conflito político, que, infelizmente, fica em segundo plano.

Além da inocência contida na ideia de que o afeto pode vencer a aberração, a narrativa é conduzida por dois personagens demasiado convenientes: a moradora de Israel que se preocupa com o sofrimento dos inimigos e um palestino que não é um homem-bomba, mas um rapaz sensível à cultura francesa.

Um dos poucos méritos do filme é ter sido fiel ao livro, não impondo um final feliz que colocaria tudo a perder.


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