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Ensaios investigam arte contemporânea

No livro "Pontes Móveis", artistas e intelectuais de peso se unem para analisar dança, teatro e artes plásticas

Obra comemora os dez anos da Cia. Fragmento de Dança e pode ser adquirida gratuitamente pelo site

MARCIO AQUILES DE SÃO PAULO

A arte contemporânea tem sido objeto frequente de análise acadêmica. Uma iniciativa interessante de popularizar estas discussões vem à tona com a publicação do livro "Pontes Móveis".

Por meio do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, a Fragmento de Dança lança a obra comemorativa dos dez anos de existência da companhia, reunindo textos de eminentes artistas e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento.

Apontando o caminho da interdisciplinaridade, os ensaios abordam temas variados como a crise nas artes plásticas, as relações entre dança e corpo, e manifestações analisadas sob a ótica da epistemologia feminina.

O primeiro capítulo, escrito pelo poeta e colunista da Folha Ferreira Gullar, debruça-se sobre desintegração das linguagens artísticas iniciada pelas vanguardas do início do século 20, modelo seguido à exaustão pelos artistas subsequentes.

"Na arte conceitual, o sujeito simplesmente tem uma ideia e manda alguém executar. Trata-se de mero exibicionismo, uma arte feita para atrair atenção da mídia", diz.

O também poeta Affonso Romano de Sant'Anna reflete sobre o conceito de artificação, entendido como um processo de transformação da não arte em arte. "O artigo mostra de que maneira a teorização da artificação recupera noções de não arte e antiarte, mal focada pelos curadores e críticos de arte contemporânea", explica.

INTERDISCIPLINARIDADE

Affonso elogia o esforço da obra em reunir textos de profissionais e pensadores oriundos de áreas distintas.

"A estética é muito precária para estudar os fenômenos da arte contemporânea, por isso precisamos adentrar nos domínios da interdisciplinaridade", afirma.

O ensaio de Lúcia Romano, atriz e professora da Unesp, versa a expressão feminina e suas relações na temática da companhia Fragmento. "As artistas precisam auxiliar a reinvenção dos modelos de representação que encerram os gêneros, homens e mulheres, em papéis estanques."

A pesquisadora destaca a constituição de vias dialógicas tecidas na publicação.

"A iniciativa da editoria do livro é ousada. Trazer a dança para o centro da conversa, como disparadora de temas pertinentes à vida das pessoas, artistas ou não. Ler o livro estimula e deve despertar novos cruzamentos", diz.


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