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Peça de Sarah Kane sobre suicídio tem nova montagem em São Paulo

Laerte Mello assina encenação de mítica obra da autora britânica, que se suicidou aos 28 anos

Texto estreia hoje na Cultura Inglesa, em Pinheiros, e fica em cartaz até 14 de maio, com ingressos grátis

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

Mito da dramaturgia britânica recente, a peça "4.48 Psychosis" já foi levada algumas vezes aos palcos de São Paulo desde que sua autora, Sarah Kane (1971-1999), suicidou-se por enforcamento, aos 28 anos.

Em 2003, a atriz francesa Isabelle Huppert esteve no Sesc Consolação com uma montagem dirigida por Claude Régy. E em outubro do mesmo ano, Nelson de Sá (hoje repórter especial da Folha) apresentou sua versão com Luciana Vendramini e Luiz Päetow no Sesc Belenzinho.

Uma nova montagem, com estreia marcada para hoje na Cultura Inglesa de Pinheiros, merece atenção, principalmente por ter a assinatura de Laerte Mello, o único tradutor das peças de Kane no Brasil com autorização concedida pela família da dramaturga.

Levada a público meses antes da morte de Kane, a peça prenuncia seu suicídio, mas não pode ser lida estritamente, em sua vertiginosa escavação da mente do suicida, como carta de desabafo ou relato puramente autobiográfico.

"Ela estava deprimida, mas não sofria da psicose representada em seu texto", diz à Folha Aleks Sierz, autor de "Modern British Playwriting: the 1990s". Ele ressalta, no entanto, a fixação de Kane pelo tema: "Não posso pensar em outro escritor com tantas peças em que alguém cometa suicídio ou tente cometê-lo".

O título da peça se refere ao horário conhecido, ainda que faltem dados científicos sobre isso, pela maior incidência de suicídios ao redor do mundo.

A representação da patologia, no papel, ganha forma também pelo leiaute ""e não somente pelo texto em si. Há, por exemplo, palavras flutuando nas páginas, frases soltas, números espalhados por entre os parágrafos. A família de Kane pede para que as traduções sejam o mais fiel possível ao original.

Não há, no texto, especificação de quem sejam os personagens. Por essa razão, as montagens costumam ter um número variado de atores. Laerte Mello decidiu optar por estilhaçar os possíveis personagens na voz de três atores homens e cinco mulheres.

A trilha sonora, embora Kane rejeitasse a adição de músicas a seus textos, traz referências de bandas que influenciaram sua obra, como Radiohead e Joy Division.


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