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Teatro

Grupo Tapa começa residência no Arena

Teatro histórico de São Paulo abriga companhia até dezembro com montagens de peças famosas de seu repertório

Espetáculos tiveram de ser adaptados para a nova casa; "Breu" e "Senhorita Júlia" abrem a programação

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

O Tapa é um grupo teatral nômade. Na contramão de parte das companhias que se estabeleceram em São Paulo, não criou um espaço para estrear peças, embora tenha feito ocupações extensas, como na Aliança Francesa.

Seu novo "acampamento" é no centro de São Paulo. O Teatro de Arena Eugênio Kusnet, que hoje pertence à Fundação Nacional de Artes (Funarte), passará a ser ocupado pela companhia amanhã.

Intitulada "Tapa no Arena "" Uma Ponte na História", a residência vai até dezembro.

Um dos eixos do novo projeto de ocupação, diz o diretor do grupo, Eduardo Tolentino, desenvolveu-se em torno de uma possível afinidade entre o repertório do Tapa e o passado de seu novo teto.

O Arena, entre 1953 e 1972, foi berço de uma geração de artistas que se abriu a experimentações diversas, do realismo ao teatro brechtiano. Por seu palco passaram Augusto Boal e Plínio Marcos, entre outros autores e diretores importantes do teatro.

A identidade era determinada ainda pelo público, em geral ligado aos movimentos estudantis, e por uma aproximação com a esquerda.

Não é exatamente neste ponto que o Tapa traça sua remissão. "Não estamos fazendo uma reverência ao Arena. Há pontos de convergência, e há outros que ficam em aberto", diz Tolentino.

As principais afinidades circulam no rol dos autores encenados ali --entre eles, Tennessee Williams. "Um Demorado Adeus", por exemplo, foi dirigido em 1953 por uma figura central do Arena, o diretor José Renato (1926-2011).

Com o título "O Longo Adeus", a versão do Tapa para o texto de Williams deve entrar em cartaz em julho.

A primeira peça da programação, no entanto, não pertence ao repertório do Tapa. "Breu", com texto de Pedro Brício e direção de Miwa Yanagizawa e Maria Silvia Siqueira Campos, está entre os trabalhos de grupos convidados. Entra em cartaz amanhã.

Há referências à ditadura na peça, e, neste aspecto, diz Tolentino, sua narrativa remete à história do Arena.

A divergência maior, provavelmente, relaciona-se à arquitetura do Arena. Muitas peças do Tapa foram criadas para espaços diferentes e terão de passar por remodelagem.

É o caso de "Senhorita Júlia", que reestreia em 1º de maio. Quem conhece as peças do grupo, portanto, pode se surpreender com novos formatos.


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