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Poeta Rodrigo Garcia Lopes lança seu novo disco com show no Sesc

"Estúdio Realidade" tem título inspirado em poema de Burroughs

RODRIGO LEVINO EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

São tantos os pontos de contato entre música e literatura quanto as incursões dos expoentes de cada ramo no terreno alheio.

Exemplo dessas empreitadas não faltam e delas saltam nomes que vão de Leonard Cohen a Chico Buarque, de Alex Kapranos a Vitor Ramil.

"Estúdio Realidade", segundo disco do poeta paranaense Rodrigo Garcia Lopes, que será lançado com show hoje, em São Paulo, é mais um fruto desse entremeio.

A começar pelo título da obra, uma referência ao verso "assaltem o Estúdio Realidade/ e retomem o universo", do poeta americano William S. Burroughs (1914-1997), que Garcia Lopes conheceu pessoalmente em 1991, quando o visitou nos EUA.

Em 12 faixas com letras de veio poético, o artista tece uma ode à canção com arranjos melodiosos e que tomam forma híbrida de jazz e MPB, acentuada pela formação da banda, que tem baixo acústico, piano, bateria e violão.

LETRAS E MELODIAS

A ligação entre os dois ofícios é antiga. O poeta, que já lançou sete livros e traduziu outros tantos, aprendeu a tocar violão aos 11 anos e lançou em 2001 o disco "Polivox".

"Acompanhei, nos anos 1980, o que ficou conhecido como vanguarda paulistana', que tinha boa parte dos pés fincada em Londrina (PR) [onde vive]", disse à Folha ele, que conviveu com Arrigo Barnabé, seu conterrâneo, e tem entre os parceiros a cantora Neuza Pinheiro.

Garcia Lopes também foi próximo do poeta Paulo Leminski (1944-1989), outro que desarranjou as fronteiras entre música e poesia, e de quem musicou versos.

E cita também o músico Luiz Tatit ao chamar de "a tentação da canção" o desejo de um poeta de unir as duas coisas.

"Poesia é a música da linguagem verbal", diz, acrescentando a importância da sonoridade das palavras no processo criativo de suas músicas e de seus poemas.

Sobre a eterna discussão se letras de música podem ser considerados obras poéticas, Garcia Lopes resolve com uma equação simples: "Se uma canção se sustentar no papel, é um poema. Se o poema não se sustentar cantado, não é canção".


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