Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

'Passo imagem de homem mau', diz Cassel

Ator francês vive um gângster romântico no thriller "Em Transe", de Danny Boyle, que estreia hoje nos cinemas

Morando no Rio há 4 meses e com português fluente, Vincent Cassel diz que deseja atuar em mais filmes brasileiros

RODRIGO SALEM ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Lançados com uma diferença de meses, o inglês "Trainspotting" (1996) e o francês "O Ódio" (1995) falavam sobre os problemas de uma geração pouco retratada, suas músicas, drogas e violência.

As duas obras se encontram agora no thriller psicológico "Em Transe", que coloca o inglês Danny Boyle, diretor de "Trainspotting", frente a frente com o protagonista de "O Ódio", Vincent Cassel.

"Danny é um pouco mais velho, mas lembro que O Ódio' era chamado de ´Trainspotting francês'", recorda-se Cassel, 46, em entrevista --em português-- realizada no Rio, onde mora com a mulher, a atriz italiana Monica Bellucci, 48, e as duas filhas.

"Eu quero ser o francês do cinema brasileiro", brinca o simpático ator, que há dois anos escreve um roteiro de "A Samba Drama", que seria filmado no Carnaval. "Morando aqui, a minha cabeça mudou. O roteiro tinha coisas verdadeiras, mas era uma visão gringa. Eu estava tímido."

Morando no país há quatro meses, mas já tendo atuado na produção nacional "À Deriva" (2009), de Heitor Dhalia, ele possui uma opinião forte sobre o cinema brasileiro.

"O cinema que está sendo produzido no Brasil é feito para não incomodar. Foi por causa de Cidade de Deus' que o país voltou ao mapa da produção mundial, mas ele fala das coisas erradas do Brasil e o brasileiro não gosta disso", diz ele, que deve trabalhar no próximo filme de Cacá Diegues (ainda sem título).

"É na favela que o drama acontece", conta o veterano de 23 anos de carreira.

Cassel usa a experiência a seu favor. Seu gângster Franck em "Em Transe", que estreia hoje nos cinemas do país, é mais um no currículo de bandidos que marcam sua trajetória. Na trama, seu personagem contrata um segurança (James McAvoy) para roubar uma pintura valiosa.

"Tenho consciência de que passo uma imagem de homem mau, mas sempre fui atraído por esse tipo de papel", diz o ator, que esteve do outro lado da lei em filmes como "Senhores do Crime" (2007).

"Notei que Danny queria usar minha imagem para brincar com a consciência do público. No fim, sou quase um herói", brinca.

A afirmação é uma brincadeira, mas Cassel já esteve perto desse universo de uniformizados que domina Hollywood. "Me chamaram para fazer Thor' e O Quarteto Fantástico', mas são coisas que não davam para mim", revela o francês.

"Na Marvel, impera a filosofia do você tem de ficar feliz só por estar trabalhando na Marvel'. Eu não concordo."

Preferindo surfar e trabalhar com amigos (ele está fazendo uma nova versão de "A Bela e a Fera", com Christophe Gans, seu diretor em "O Pacto dos Lobos"), Cassel diz que recusa muita bobagem

"A vida é curta para perder tempo com projetos feitos por diretores mercenários", confessa. "Se eu precisar de dinheiro e aparecer uma merda para fazer, por que não? Até agora, consegui fugir."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página