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Crítica - Suspense

Excesso de estímulos e reviravoltas na trama deixam 'Em Transe' cansativo

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

Desde que foi saudado como diretor de filmes cheios de energia e irresistível pegada pop, o inglês Danny Boyle seguiu uma trajetória em que uns poucos acertos mal disfarçam suas mancadas.

Após ganhar um Oscar de melhor diretor em 2009 com "Quem Quer Ser Um Milionário?", Boyle volta a perder a mão com "Em Transe".

O thriller acompanha as reviravoltas que se seguem ao roubo de uma obra de arte durante um leilão. Na confusão, misturam-se um leiloeiro com amnésia, os bandidos e uma psiquiatra gostosona especialista em hipnose.

Para manter o interesse, os roteiristas fazem os suspeitos virarem vítimas e vice-versa a cada dez minutos.

O artifício pode parecer estimulante só para quem nunca viu um dos filmes noir feitos na Hollywood dos anos 1940 ou alguns de seus pastiches, com as mulheres de mil faces e os inocentes mais malvados que os vilões.

No esforço de injetar energia e manter o interesse, o filme adota malabarismos visuais e uma cenografia que impressiona os que se encantam com design e estilo. A certa altura, porém, a tendência é provocar cansaço.

Como adepto de uma estética hiperbólica, Boyle sempre acreditou que o excesso pode vencer o torpor.

Para demonstrar isso, nos últimos vinte minutos do filme, a aceleração da ação e as reviravoltas na trama se acumulam com uma trilha musical que não dá trégua.

Nós, coitados, ficamos como o protagonista de "127 Horas", presos numa armadilha e dispostos a arrancar um braço para dar fim à tortura.


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