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Crítica - Drama

Interpretação luminosa de atriz dá força a filme de Dumont

SÉRGIO ALPENDRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A excelência de "Camille Claudel 1915" sugere que a grande ausência no cinema de Bruno Dumont até então era a presença de grandes atores.

O diretor percorria desde o início um caminho claramente inspirado em Robert Bresson: tempos mortos, ascetismo, atores não profissionais, dilatação do tempo por meio de planos longos, ação filmada de maneira seca.

Uma vez que Bresson era inigualável, poucos cineastas foram felizes sob tal aspiração. Dumont bateu na trave justamente em seus dois longas anteriores, "O Pecado de Hadewijch" (2009) e "Fora de Satã" (2011), nos quais a presença marcante do então desconhecido David Dewaele (morto prematuramente neste ano) faz a diferença.

"Camille Claudel 1915", sétimo longa de Dumont, marca sua primeira parceria com uma estrela do cinema: Juliette Binoche, que se adapta muito bem ao estilo austero do diretor. Como o título indica, o filme mostra um ano na vida da escultora após sua internação num hospício.

Binoche é fundamental para que sintamos o drama de Camille Claudel num período nebuloso de sua vida. E não precisamos mais do que uma cena --a do diálogo entre Camille e o médico-- para percebemos como sua presença é luminosa e essencial.

Como Binoche não abre mão de atores inexperientes, Jean-Luc Vincent interpreta, e bem, o poeta Paul Claudel, irmão de Camille. Sua aparição provoca um deslocamento inusitado da narrativa, aumentando ainda mais sua força.


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