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Diretor de filme cotado para Oscar trabalha em reformatório juvenil

Ryan Coogler teve seu 'Fruitvale Station' aplaudido de pé na sexta

DO ENVIADO A CANNES

"Fruitvale Station" é o filme indie americano do momento. Venceu prêmios do júri e popular no último Festival de Sundance e foi aplaudido de pé em Cannes.

E Ryan Coogler, seu diretor, de 27 anos, é o nome do momento. Nascido em Oakland (Califórnia), Coogler não tinha dinheiro para pagar a faculdade e dependia da bolsa que recebia para jogar nos times de futebol americano das escolas.

Descobriu que deveria estudar cinema quando fez uma redação sobre o pai, que quase morreu em seus braços, e um professor o fez desistir da medicina para perseguir a carreira de roteirista e diretor.

Fez cinema na prestigiada University of Southern California, em Los Angeles. Seu filme de estreia é sobre um caso real ocorrido em Oakland: o assassinato gratuito do jovem Grant, aos 22 anos, por um policial que puxou a arma para um grupo de negros já presos.

"É uma história muito pessoal para mim. Eu poderia ter me tornado um Oscar Grant se não tivesse tido o apoio de amigos e o futebol", conta o cineasta à Folha.

"Fruitvale Station" remonta o dia da vítima antes de sua morte, nas primeiras horas de 2009. Apesar de ser condescendente com seu protagonista, o drama aponta os defeitos de seu personagem.

"Fiz uma pesquisa minuciosa e tive acesso aos textos do processo sobre o assassinato porque um amigo meu trabalhou como promotor do caso", explica Coogler.

"Não quis fazer mais um filme sobre um homem negro mau, apesar de mostrar como ele era demitido por chegar atrasado depois de ficar fumando maconha. Ele tinha defeitos e qualidades."

Coogler pode falar com conhecimento. Apesar de ter seu filme cotado para o Oscar --a ponto de o produtor Harvey Weinstein ("Bastardos Inglórios") ter comprado os direitos de distribuição por US$ 2 milhões--, o cineasta divide seu tempo entre os sets e o reformatório juvenil de San Francisco, onde é conselheiro.

A função, que ele garante "nunca abandonar", deve ficar difícil nos próximos anos --Coogler chamou a atenção dos estúdios pela naturalidade da direção e pelo roteiro.

"Agradeço por tudo o que está acontecendo. Mas não quero pensar no próximo trabalho, porque esse ainda não acabou. Temos um filme para vender e uma história para explicar, porque ela pode gerar muita raiva, o que não é minha intenção", diz o diretor.


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