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Crítica - Série

Diretor renova teledramaturgia adolescente

Em 'A Menina sem Qualidades', que estreia hoje na MTV, Felipe Hirsch lança mão de mescla de teatro e cinema

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Sem exagero, a série que estreia hoje à noite na MTV não se parece com nada que já foi feito na teledramaturgia destinada a adolescentes. E certamente merece uma audiência de qualquer idade.

O frescor de "A Menina sem Qualidades" é tamanho que apenas o primeiro de seus 12 episódios pode transformar uma década de "Malhação" em um grande equívoco.

A série dirigida por Felipe Hirsch, adaptada de um livro alemão homônimo, mostra os garotos como seus pais nunca imaginaram que eles fossem --e é assim que eles são.

Bianca Comparato, 27, faz qualquer um acreditar que ela tem realmente os 16 anos de Ana, protagonista com inteligência acima da média que devora livros e tem problemas de convivência na escola.

No caso, os "problemas" não são só constrangimentos por causa de piadas maldosas. O bullying é mais embaixo. Ana chega a ser surrada por colegas, numa sequência violenta e impressionante.

Mas ela dá o troco, fisicamente, e isso diz muito sobre o tom de "A Menina sem Qualidades". Não tem refresco.

Para acompanhar o dia a dia de Ana, de tédio, paixão, sexo e melancolia, Hirsch mistura linguagens que domina muito bem há tempos, a teatral e a cinematográfica.

Visualmente, a série é puro cinema, com longas sequências, close-ups e planos abertos, ritmo cadenciado.

No texto, sem o naturalismo raso da TV, diálogos complexos, densos, com rigor de falas marcadas, teatrais.

Completam a lista de acertos da empreitada uma clara entrega dos atores --Bianca brilha, mas todos estão bem-- e uma saborosa trilha sonora pescada em álbuns de rock "indie", marca registrada das peças do diretor.

Por isso tudo, não dá para largar essa série no meio.


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