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Crítica - Comédia

"Se Beber, Não Case 3" erra ao submeter personagens às amarras de roteiro ruim

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

No romance de formação (ou "Bildungsroman", em alemão), um jovem passa por um processo de aprendizagem que o leva à maturidade. A franquia "Se Beber, Não Case" é isso, só que ao contrário: cinema de regressão.

Drogados e liderados casualmente pelo adorável sociopata Alan (Zach Galifianakis), um grupo de adultos desmemoriados quebra convenções sociais e regride à imaturidade por um breve período --antes da rendição final ao mundo adulto, o casamento.

O primeiro filme da trilogia é um dos pontos altos da comédia neste início de século. Nele, o humor juvenil se justifica já a partir da premissa.

O segundo foi um relativo equívoco por um motivo: tentou repetir a fórmula de êxito do original, numa versão mais hiperativa e escatológica, mas com menos frescor e graça.

O episódio final comete outro tipo de erro: submete os personagens à camisa de força de uma trama. Nos dois outros, havia um fiapo de narrativa para colar uma série de situações anárquicas.

Aqui, Alan, Phil (Bradley Cooper) e Stu (Ed Helms) cumprem uma rotina que tem mais a ver com o gênero policial que com a comédia, perseguindo o Sr. Chow pelos Estados Unidos para recuperar o ouro que ele roubou de um mafioso

São personagens excepcionais jogados em situações cinematograficamente ordinárias, figuras disfuncionais tentando dar conta de um roteiro funcional.

Para entregar um final "épico", prometido pelo diretor Todd Phillips, o humor foi sacrificado --e a anarquia, domada pelo entretenimento.

Há alguns poucos momentos de brilho, sobretudo de Galifianakis, mas a sensação geral é a de que a magia do primeiro filme, que já havia rareado no segundo, dissipou-se de vez. Como nos ensinaram os personagens, às vezes é melhor esquecer.


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