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Mesmo valorizado, grafite segue regras da rua

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE SÃO PAULO

Enquanto a prefeitura paulistana não parece chegar a um acordo sobre o que sai e o que fica nos muros da cidade, londrinos estão indignados com o sumiço de uma obra do grafiteiro Banksy.

Recortada de um muro no bairro de Wood Green, na capital britânica, a peça desapareceu e ressurgiu num leilão em Miami, mas a venda foi cancelada por protestos dos moradores do bairro londrino, que queriam a obra de volta. Em maio, o mural acabou arrematado em Londres por cerca de R$ 2,5 milhões.

Não é de hoje que a arte de rua perdeu seu caráter pedestre. É disputada a tapa em leilões, figura no catálogo das maiores galerias de arte do mundo e fez de seus criadores garotos milionários.

Gustavo e Otávio Pandolfo, da dupla Osgêmeos, ganharam fama e fortuna. Pintaram a fachada da Tate Modern, em Londres, e até um castelo escocês. Também emprestaram seus bonequinhos amarelos para estampar finos e caros lenços da Hermès.

Numa operação de marketing do ano passado, a grafiteira Simone Sapienza, a Siss, teve uma de suas obras escolhida num concurso para estampar a capa do single "Superstar", de Madonna.

HIPEREXPOSIÇÃO

Se está ameaçado nos muros da cidade de São Paulo, o grafite vem aparecendo cada vez mais em tapumes ao redor de canteiros de obras --ação de empreiteiras como Idea Zarvos, Max Haus ou Brookfield para colorir seus prédios ainda em construção.

"Com a hiperexposição que temos atingido nos últimos anos, a coisa começa a ficar um pouco mais forte", diz o grafiteiro Binho Ribeiro. "As empresas estão perdendo o medo e sabem que podem usar essa cultura como aliada. Eles se espelham nas conquistas d'Osgêmeos e nas nossas também."

De fato, empresas encamparam a arte de rua na tentativa de se aproximar de um público mais jovem, aproveitando que esse tipo de manifestação artística já está chancelada por sua presença em galerias de arte e museus.

Mas fora das instituições, o grafite no espaço público ainda segue as regras da rua. Osgêmeos e a maioria de seus colegas não costumam pedir autorização para pintar.

"Grafite continuará a ser feito sem autorização, essa é sua essência", diz Mundano, famoso por grafitar carroças de catadores de lixo na cidade."Só não queremos ser tratados como criminosos."


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