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Festival de teatro corta viagem de grupos brasileiros ao exterior

Ida de companhias a mostra tradicional em Avignon, na França, foi cancelada por falta de verba

Patrocínio do Cena Brasil Internacional sofreu redução de quase 70% da edição de 2012 para a deste ano

GUSTAVO FIORATTI ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Criado para promover o intercâmbio entre artistas nacionais e de fora do país, o festival de teatro Cena Brasil Internacional encerrará sua segunda edição com algumas missões cumpridas e outras, não.

A programação termina amanhã, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, depois de 12 dias.

Há saldo positivo no que diz respeito à programação. Enxuta, a mostra reuniu bons espetáculos brasileiros e de Portugal, Inglaterra, Bélgica e Argentina.

O CCBB recebeu montagens como "Bane", premiada no Festival de Edimburgo, e "Les Langues Partenelles", cuidadoso trabalho da companhia belga De Facto sobre a relação entre pais e filhos. As apresentações tinham ingressos a preços populares, de R$ 6, e foram acompanhadas por debates e oficinas.

No entanto, com a perda de dois apoiadores neste ano (Correios e o Grupo CCR) e uma redução orçamentária de R$ 2,4 milhões para R$ 800 mil (quase 67%, encolhimento que se deve à redução do patrocínio oferecido pelo Centro Cultural Banco do Brasil), o festival não consolidou parte da plataforma curatorial.

O projeto divulgado na edição passada do evento era levar grupos nacionais aos festivais de Avignon (França) e de Edimburgo (Escócia), dois dos maiores do mundo.

Segundo Sérgio Saboya, organizador do evento, a viagem a Avignon foi cancelada por falta de recursos. Manteve-se o envio de uma delegação brasileira ao Festival de Edimburgo, que acontece em agosto, mas o grupo de artistas será menor do que o anunciado anteriormente.

DESFALQUES

Inicialmente, seis grupos escolhidos para integrar uma mostra nacional no Fringe (programação paralela à oficial de Edimburgo) teriam passagens aéreas bancadas pelo Ministério das Relações Exteriores.

Dois diretores, no entanto, desistiram de fazer a viagem: Gilberto Gawronski, que levaria "Ato de Comunhão", e Maria Thaís, com "Recusa", já sabiam desde 2012 que os custos da ida à Europa não seriam 100% cobertos pelo Cena Brasil Internacional.

"Não existe garantia de retorno", diz Gawronski. "O Fringe é como uma feira", compara o diretor, referindo-se à disputa de milhares de espetáculos por público. "Não vale a pena gastar recursos próprios para participar de uma feira, pensando em fazer carreira internacional. Acho que outros artistas podem ter mais interesse do que eu, mas prefiro levar meu espetáculo para o interior paulista."

Saboya explica que esse tipo de iniciativa tornou-se comum na Europa e, especialmente, na Ásia. "As fronteiras deixaram de existir", diz. "O que estamos tentando fazer é estimular um empreendedorismo entre grupos brasileiros", completa.


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