Folha de S.Paulo

Crítica

"O Garoto de Bicicleta" atrai pelo contraste dos personagens

Talvez "O Garoto de Bicicleta" (Max, 21h) seja mesmo um filme humanista. Mas, como outros filmes dos Dardenne, Luc e Jean-Pierre, isso seja o aspecto menos relevante. Somos menos atraídos pelo drama em si do menino Cyril, abandonado pelo pai, do que pelo seu aspecto.

E nos interessa menos a personalidade talvez até bondosa da cabeleireira que o acolhe nos finais de semana, do que o contraste entre o semblante sempre tenso do menino obstinado na busca do pai, e a simpatia e a leveza da expressão do rosto de Cécile de France, que faz a cabeleireira.

Esse jogo, assim como os contrastes turbulentos de cores, nos vinculam ao drama de Cyril, mais do que a história que se conta, e que não é nem um pouco desprezível.