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Crítica

Mostra em Veneza é, até agora, a reencenação mais ambiciosa

FABIO CYPRIANO ENVIADO ESPECIAL A VENEZA

Desde os anos 1960, reencenar espaços expositivos tornou-se um tema no circuito de arte, a partir do museu Van Abbe (Eindhoven). Sob a direção de Jean Learing, a instituição holandesa passou a recriar ambientes realizados por artistas como Theo van Doesburg, com "Flower Room", de 1925 e refeito em 1965.

Desde então, cada vez mais artistas e instituições promovem esse tipo de reencenação. De certa forma, isso vem ocorrendo graças a uma disciplina que tem ganho importância em universidades e centros de estudo, que é a história das exposições.

Segundo Charles Esche, no excelente catálogo da reencenação de "Quanto Atitudes se Tornam Formas" em Veneza, "a história das exposições está se transformando em um instrumento para se compreender a interface social da arte e até mesmo seu futuro potencial político".

A partir dessa ótica, "Quando Atitudes", organizada por Germano Celant pela Fundação Prada, pode ser vista como a mais ambiciosa reencenação jamais feita. Primeiro, por se tratar da revisão de uma exposição paradigmática, organizada em 1969 pelo suíço Harald Szeemann, no Kunsthalle de Berna.

A mostra, além de ser considerada o marco do fortalecimento da figura do curador, foi pioneira em reunir um elenco internacional, que valorizava mais o processo do que as obras em si, característica inaugural da arte contemporânea. Dela tomaram parte nomes como Joseph Beuys, Philip Glass e Walter de Maria.

Mas a radicalidade da reencenação de Celant, amigo de Szeemann e que inclusive fez o discurso de abertura da mostra original, está em montar "Quando Atitudes" em um palácio histórico, o Ca'Corner della Regina, de 1724, em colaboração com o arquiteto Rem Koolhaas e o artista Thomas Demand.

Com isso, longe de uma remontagem nostálgica, Celant e seu time criaram um ambiente que permite rever a mostra, com a emoção da presença de obras até então só vistas em fotografias. É como olhar o passado a partir de uma situação complexa, onde o o mundo da arte da era das feiras se encontra hoje.


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