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Crítica - Animação

Ironia inspira belas cenas da continuação de 'Monstros S.A.'

"Universidade Monstros" revela como os protagonistas da franquia se conheceram

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

"Monstros S.A." (2001) é a terceira animação da produtora Pixar a ganhar uma sequência. Desde que a continuação foi anunciada, a dúvida era saber qual exemplo ela iria seguir entre os casos anteriores.

"Toy Story" (1995-2010) se tornou uma das melhores trilogias da história do cinema, série que simboliza a excelência tecnológica e dramatúrgica alcançada pelas animações.

Já "Carros" (2006-2011) parece ter ganho uma sequência com a finalidade principal de faturar mais com produtos de merchandising.

A boa notícia é que "Universidade Monstros" seguiu o bom exemplo de "Toy Story".

Embora no conjunto seja inferior ao original, o filme se esforça para encontrar uma nova história que faça jus a personagens que se tornaram muito queridos pelo público --e não apenas para vender mais bonecos de monstros.

Na verdade, trata-se de um "prequel" --uma obra que mostra o que ocorreu cronologicamente antes dos acontecimentos do original.

Aqui ficamos sabendo como Mike e Sulley, os protagonistas do primeiro filme, se conheceram no primeiro ano da Universidade Monstros.

De personalidades opostas --o primeiro é cerebral e aparentemente inofensivo; o segundo, física e naturalmente assustador--, eles se tornam logo inimigos, depois aliados a contragosto e, por fim, amigos inseparáveis.

Mais interessante que esse arco dramático, um tanto previsível, é a brincadeira com os clichês dos filmes de faculdade, subgênero da comédia que conta com obras como "Clube dos Cafajestes" (1978).

A Pixar sempre trabalhou muito bem com a paródia de gêneros. Por trás de sua mensagem emotiva, a trilogia "Toy Story" sempre se filiou, de maneira discreta, aos filmes de fuga da prisão. Já "Monstros S.A" desconstruía os signos do terror.

Em "Universidade Monstros", as citações ao universo tão americano --e, portanto, familiar ao resto do mundo-- dos filmes universitários estão em todo lugar: fraternidades, fortões, nerds, "losers" etc.

Esse resgate irônico das convenções inspira belos momentos de humor --e torna a produção atraente também para adultos com nostalgia pelos filmes de sua adolescência.

Em relação ao primeiro filme, falta a carga emocional dada pela relação entre Sulley e a menininha Boo --que rendeu uma das cenas finais mais tocantes do cinema recente. Mas não faltam humor nem amor ao cinema.


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