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Festival traz todos os filmes de Billy Wilder

Evento no CineSesc revê carreira versátil do cineasta, que passeou por diversos gêneros

VANESSA BARBARA COLUNISTA DA FOLHA

Um dos cineastas mais versáteis de Hollywood, Billy Wilder dirigiu 26 filmes e escreveu cerca de 70. A exemplo de diretores que mais admirava (e com quem trabalhou), Howard Hawks e Ernst Lubitsch, ele foi versátil e passeou por diversos gêneros cinematográficos: fez comédias, filmes de guerra, suspenses, romances e dramas.

O CineSesc promove uma retrospectiva completa de seus longas em cópias de 35 mm e digitais. A mostra, que ocorre até 4 de julho, traz clássicos como "Crepúsculo dos Deuses" (1950), considerado um dos melhores dramas da história do cinema.

Filmado em preto e branco, o longa traz William Holden como um roteirista desempregado que termina por tornar-se gigolô de uma veterana atriz do cinema mudo (interpretada de forma superlativa por Gloria Swanson).

Outros títulos obrigatórios: "Quanto Mais Quente Melhor" (1959), uma das comédias mais famosas de todos os tempos, e "Se Meu Apartamento Falasse" (1960), em que Jack Lemmon se apaixona por Shirley MacLaine e usa uma raquete de tênis para coar macarrão.

Um dos mais raros da lista é "Fedora" (1978), excelente drama sobre os últimos dias de uma atriz decadente, indisponível em DVD no Brasil.

O diretor nasceu em 1906, batizado como Samuel Wilder, na cidade de Sucha, então sob domínio da Áustria.

Na juventude, viveu em Berlim, onde trabalhava como jornalista de tabloides e dançarino profissional (acompanhante de senhoras).

JOGO DE XADREZ

Com a ascensão do nazismo, Wilder, que era judeu, emigrou para Paris. Em 1933, mudou-se para Hollywood.

Ao longo da carreira, deu primazia ao texto em detrimento a cenas exuberantes que chamassem atenção para si mesmas e distraíssem o espectador da história.

Procurava demorada e pacientemente até encontrar a melhor solução para uma cena, o melhor caminho para passar de um ponto a outro: era um mestre em encadear sequências. Para ele, escrever um filme era como jogar xadrez.

Wilder interessava-se pela natureza humana e a vida das pessoas comuns. Tinha um senso de humor cortante e uma visão de mundo cínica e melancólica.

Seus principais colaboradores foram os roteiristas Charles Brackett (13 filmes) e I.A.L. Diamond (20). O primeiro colecionava quadros com ovelhas e era radicalmente diferente do parceiro.

Quanto a Diamond, conta-se que, após ler um trecho que haviam acabado de escrever, comentou: "Está muito bom, não é?".

"Muito bom!?", disse Wilder, saltando da cadeira. "Muito bom? Está perfeito! [Pequena pausa.] E agora vamos melhorar."


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