Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica - Comédia

'Razões para Ser Bonita' destaca atriz e apenas distrai

Peça evita nuances do texto original e investe no papel de Ingrid Guimarães

CAROLIN OVERHOFF FERREIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Neil LaBute é famoso pelas peças sardônicas com personagens quase repugnantes. Seu mais recente trabalho, "Razões para Ser Bonita", é diferente. Usa o embate de dois casais com os padrões de beleza da mídia para discutir o peso das palavras nos relacionamentos. De fato, ocupa-se menos com a obsessão pela aparência do que com a falta de autoestima e comportamentos contraditórios.

Steph (Ingrid Guimarães), uma cabeleireira, fica enfurecida quando sua amiga Clara (Aline Fanju) lhe conta que seu namorado Greg (Gustavo Machado) disse que seu rosto era "comum". Separa-se dele depois de um ato de vingança público. Após encontrar um novo parceiro, procura o ex uma última vez.

O remorso e o amadurecimento de Greg definem o arco da peça. Incrédulo perante a força de seu comentário, mas com peso na consciência, tenta apaziguar, insistindo em seus sentimentos verdadeiros. A maturidade que adquire manifesta-se quando conta a Clara que seu melhor amigo e namorado dela, Leo (Marcelo Faria), a está traindo.

Na encenação de João Fonseca, Greg não é o centro moral. Já no primeiro ato, Guimarães domina o namorado com palavrões e também o palco. Com talento e timing de comediante, sua reação exagerada desperta gargalhadas. Assim, os espectadores se deliciam com condutas inconsequentes e piadas sexistas, em vez de rir sobre o furor dela e o machismo de Leo.

Fanju e Faria desempenham bem seus papeis, mas permanecem presos aos tipos que o texto procura debater. Machado trabalha seu personagem com mais nuances. Porém, ao lado de personagens engraçados, mas estereotipados, não chega longe.

A cenografia de Fernando Mello da Costa é prática, mas displicente. Com foco na comediante e abrindo mão de maiores sutilezas da peça, o espetáculo garante distração.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página