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Marcelo Nova nega pedidos de fãs e critica subserviência ao público

Cantor, que muda arranjos e repertório nas apresentações ao vivo, lança o álbum "12 Fêmeas"

Aos 61 anos, ele grava com o filho nas guitarras e não cogita retomar a carreira com sua antiga banda, Camisa de Vênus

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Marcelo Nova, 61, não atende a pedidos em shows. Apesar de cantar algumas músicas do Camisa de Vênus, sua banda de sucesso nos anos 1980, os fãs sempre pedem mais.

"Acho idiotice alguém dizer o que o artista deve cantar. E aqui no Brasil a relação é de subserviência. O próprio artista pergunta o que a plateia quer ouvir! Vocês querem que eu fique de quatro?'", se exalta Nova, às gargalhadas.

Sem um disco de inéditas desde "O Galope do Tempo", de 2005, ele acaba de gravar "12 Fêmeas", que nasceu do desejo de um projeto familiar.

"Queria gravar com meu filho, Drake, que desde 2009 é meu guitarrista. Buscava uma sonoridade crua, só voz e guitarra", conta Nova.

Mas o resultado ficou bem distante disso. "12 Fêmeas", que traz uma dúzia de canções com letras longas e certeiras, tem até gaita de fole.

Após gravar três faixas, Nova pediu ao dono do estúdio, Luiz De Boni, que tocasse teclado em uma. E depois pediu que tocasse baixo em outra.

A coisa encorpou de vez quando Nova convidou para tocar com ele um percussionista tibetano que estava gravando no mesmo estúdio, Goba Wangka, que tinha um dia livre em São Paulo. "Na primeira música, ele já saiu destruindo tudo. Percebi ali que o disco estava fora do meu controle, e estava gostando."

Uma semana depois, Nova foi almoçar em um shopping paulistano e viu um grupo escocês tocando --"todos de kilt". O integrante que parecia liderar o grupo se chamava Aidan Drummond, o mesmo sobrenome do brasileiro Marcelo Drummond Nova.

"Aí eu disse: Primo, quer ir pro estúdio?' Quero!' Então eu ofereci US$ 100 pra ele e enfiamos gaita de fole no disco", conta Nova, rindo muito.

Essas intervenções deram dinâmica ao álbum, alternando intensidade e placidez. "É um disco que agride e depois acalma", diz o cantor. O que dá unidade são as letras, que tratam de relações amorosas, arrependimentos e redenções.

Esse é o 18º disco de Nova. "Estou com 61 anos, está muito distante a época em que escrevi "Silvia" e "Meu Primo Zé", mas sei que o meu trabalho tem uma identidade. Se agrada ou não é outra coisa. Faço sete ou oito shows por mês, sem aparecer na Globo."

Com a mesma banda há quatro anos, ele muda muito os arranjos nos shows. Recentemente, um fã reclamou que ele mudou demais a cara de "Só o Fim". A música teria marcado um grande amor do admirador, que esperava uma versão fiel à original.

A resposta de Nova: "Não vou remediar o corno que você levou. E não é o passado que era bom, sua vida atual é que é uma merda". [risos]

Sobre uma volta do Camisa, Nova admite, "quem sabe, talvez um dia", um reencontro, mas não retomar a banda.

"Andar de novo com homens de preto, chutando cadeira em bar? Não, velho, parei com isso há muito tempo."


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