Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Negra como neve

Premiado filme espanhol que estreia na sexta torna o conto dos irmãos Grimm uma história sombria

SANDRO MACEDO DE SÃO PAULO

Muito antes de "O Artista" (2011) se tornar um fenômeno de crítica e público ou de adaptações de fábulas infantis virarem febre, o espanhol Pablo Berger já sonhava com seu "Branca de Neve" (2012), filme igualmente mudo e em preto e branco que estreia no Brasil na próxima sexta (5).

O diretor levou sete anos para conseguir juntar dinheiro e finalizar seu projeto, vencedor de dez Goya, principal prêmio do cinema espanhol.

O longa de Berger transporta o famoso conto infantil para a Sevilha do começo do século 20, quando os heróis do povo eram os toureiros, e Antonio Villalta (Daniel Giménez Cacho) era o maior deles.

O belo preto e branco cai bem a uma história que nada tem de infantil --é, ao contrário, bem sombria.

Numa sequência de pequenas tragédias, Villalta sofre um acidente de trabalho; sua mulher, prestes a dar à luz, morre no parto. A pequena Carmen/Branca de Neve nasce sem mãe e com o pai inválido casado com sua cruel enfermeira (Maribel Verdú).

Carmencita vai morar na mansão da madrasta, que confina o pai a um quarto e desenvolve uma relação sadomasoquista como o chofer.

Berger diz ter se inspirado em "A Paixão de Joana d'Arc" (1928), de Carl T. Dreyer, e no do cinema expressionista de Fritz Lang e F.W. Murnau.

"Não queria fazer uma adaptação do conto. Apenas usá-lo como inspiração", afirmou o diretor à Folha.

Ao mostrar os anões toureiros que resgatam Carmen, já uma bela jovem, na floresta, Berger incute uma dúvida matemática na plateia, ao mostrar apenas seis anões.

"Gosto de provocar o espectador. E fiz uma homenagem à minha turma de amigos da juventude. Éramos em seis."

A inevitável lembrança de "O Artista" se restringe à forma. "A conexão é normal e até óbvia, mas são irmãos' muito diferentes."

Num dado momento das produções, os dois pareciam estar em disputa pela primazia. "Era como uma corrida para ver quem chegava primeiro à Lua. Fui o russo."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página