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'Sessão de Terapia' terá analista em crise

Segunda temporada da série, que está sendo filmada e estreia em outubro no GNT, traz cinco personagens inéditos

Separado da mulher e acusado de negligência pelo pai de um cliente, terapeuta questiona sua atuação profissional

SILVANA ARANTES DE SÃO PAULO

Novos pacientes e novas crises rondam o consultório do analista Theo (Zécarlos Machado) na segunda temporada de "Sessão de Terapia" (GNT), que está sendo filmada em São Paulo e tem estreia prevista para outubro.

Os maiores problemas com que o terapeuta tem de lidar na nova fase, porém, são os dele mesmo.

"Theo está separado, sem um amor e ainda com fissuras de sua história com Júlia [a paciente que se apaixona pelo analista na primeira temporada]", afirma o ator.

Ele está também sendo acusado de negligência pelo pai do policial Breno (Sérgio Guizé), cliente que morreu em circunstâncias ambíguas.

Em dúvida se a escolha de não interferir ativamente na crise de Breno era a atitude profissional mais correta, Theo passa a "questionar sua abordagem e quebrar alguns códigos", diz seu intérprete.

Expor aos pacientes parte de sua intimidade é uma das quebras de protocolo que o terapeuta exercita na segunda temporada. "Nem tenho dormido direito. Estou digerindo", diz o analista a Otavio (Cláudio Cavalcanti), em cena cuja filmagem, na última terça, a Folha assistiu.

Theo menciona o processo de que é alvo e a hipótese de perder a licença para exercer sua profissão como exemplo de adversidade da qual se pode "tirar uma lição". Otavio dá de ombros. "Acho tudo isso uma grande bobagem."

"Empresário arrogante", Otavio "tem ataques de ansiedade e vai descascando, revelando seu interior, mostrando-se de uma fragilidade fascinante", diz Cavalcanti.

Aos 72 anos, o ator encarou esse personagem como se fosse o primeiro. "Quando li o roteiro, eu me senti aquele jovem ator de 17 anos que na TV Tupi ganhou seu primeiro papel de protagonista."

Diz que está "obcecado". Com o texto da cena que filmaria no dia seguinte ecoando na cabeça, o sono não veio. "Nessa noite não dormi."

Poucas horas antes da "sessão" em que Otavio se permitiria narrar um trauma guardado durante décadas, a fome também se escondeu de Cavalcanti. O ator recusou o almoço. Permaneceu no camarim, estudando o texto.

"O grande desafio é não representar. [A atuação] Tem que ser simples, sem nenhum artifício, para sair como se eu estivesse falando aquilo pela primeira vez", afirma.

Antes do comando "ação", o diretor Selton Mello diz a Cavalcanti: "Não tenha pressa de nada, [faça] as tuas pausas, os teus tempos".

O ator diz o texto. Uma vez. E outra. E outra. Na quinta, o diretor avalia que ficou "extraordinário". Como se tivesse sido dito pela primeira vez.

SILÊNCIOS

"Propor ao espectador um trabalho centrado no texto e no subtexto, com entrelinhas e silêncios, coisa rara na TV" é o que anima Selton a voltar ao set para dirigir os 35 episódios do segundo ano de "Sessão de Terapia".

A série foi vista por 9,5 milhões de espectadores em sua temporada de estreia, segundo o canal GNT.

O interesse de Selton pela série vem de longe. Ao saber que os direitos de adaptação do original israelense haviam sido comprados para o Brasil --pelo produtor Roberto D'Avila--, ele deixou claro seu interesse em dirigir.

"Felizmente, eu ainda não havia fechado com nenhum diretor", afirma D'Avila, satisfeito com a coincidência na maneira como ele e Selton encaram a série --"quase uma antidramaturgia televisiva, que aposta em tudo que a TV em geral não aposta".

Para Machado, "o bom resultado de audiência da série prova que há uma carência por assuntos mais significativos na TV".

De sua parte, interpretar Theo significa muito. "Dou um passo como ser humano. Há um aprendizado ao trabalhar com esse material tão rico. A palavra tem potência para isso. Talvez eu seja hoje melhor amigo, melhor pai."


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