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Coleção lembra Anita Malfatti e Semana de Arte Moderna de 1922

Livro dedicado à pintora que catalisou o movimento vai às bancas no domingo (7)

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O ano era 1917 e o lugar era São Paulo. No campo das artes, a cidade pouco se parecia à de hoje, que experimenta e admira novas expressões: entre os cerca de 500 mil habitantes de então, dominava o pensamento provinciano ou apegado ao academicismo.

Foi nesse ano e cenário que se realizou a "Exposição de Pintura Moderna Anita Malfatti", da artista que é tema do nono volume da Coleção Folha Grandes Pintores Brasileiros, que vai às bancas no próximo domingo, 7 de julho.

Anita havia acabado de chegar de estudos na Alemanha e nos Estados Unidos e mostrava à cidade sua inusitada obra expressionista.

O escritor Monteiro Lobato não gostou do que viu: "[...] seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios de um Impressionismo discutibilíssimo, e pôs todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura", escreveu.

Males que vêm para o bem: foi a crítica à exposição que reuniu em torno --e em defesa-- de Anita um grupo de artistas e intelectuais.

"A sua arte é a negação da cópia, a ojeriza da oleografia", rebateu Oswald de Andrade.

Estava lançada a semente do que seria a Semana de Arte Moderna de 1922, movimento do qual Anita foi apontada, pelo crítico Paulo Mendes de Almeida, como a "personalidade historicamente mais importante".

O que chocou o público paulistano foram pinturas expressionistas, marcadas pela impetuosidade, pela distorção e pela paleta de cores puras e vibrantes. As obras, pintadas em 1915 e em 1916 durante a estadia de Anita nos Estados Unidos, são as mais importantes da carreira da artista.

Várias delas --como "A Boba", "O Japonês", "O Homem Amarelo" e "A Mulher de Cabelos Verdes"-- estão entre as 28 analisadas no livro escrito pela pesquisadora Luzia Portinari Greggio, curadora de várias exposições da obra da artista e autora de "Anita Malfatti - Tomei a Liberdade de Pintar a Meu Modo".

Mas nem tudo foram flores na trajetória de Anita. A mulher, apontada como à frente do seu tempo, também passou por fases de preocupação com os "problemas formais da arte", que geraram produção irregular, de altos e baixos.

Em sua última fase, a artista "produziu obras ingênuas próximas a um primitivismo", como dizia. "O Circo" e "Paisagem de Diadema", presentes no livro, são dessa fase.


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