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Crítica - Documentário

Cinema vê lado pessoal de Marina Abramovic

Filme lembra retrospectiva da artista performática no MoMA e explora ações com ex-marido e parceiro nos anos 1970

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

Entre 14 de março e 31 de maio 2010, a artista sérvia Marina Abramovic permaneceu sentada, em silêncio, sete horas por dia, seis dias por semana, totalizando 736 horas, uma das performances com maior duração na história da arte.

A ação fez parte da retrospectiva de sua carreira, "A Artista Está Presente", no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), que reuniu 750 mil visitantes, um público considerável, já que foi superior, por exemplo, ao da última Bienal de São Paulo.

Desse total, cerca de 1.400 pessoas revezaram-se na cadeira vaga disposta à frente de Abramovic, que se tornou alvo de longas filas formadas na porta do MoMA.

O documentário "Marina Abramovic - Artista Presente", com direção de Matthew Akers, que chega ao CineSesc, capta toda a movimentação que envolveu a retrospectiva, com foco, é claro, em torno de Abramovic. Poderia não ser assim, afinal a exposição polemizou Nova York ao levar performers nus, que reencenaram ações da artista com seu marido, Ulay, nos anos 1970.

A mostra, aliás, tratou exatamente de como organizar uma retrospectiva de performances, ou seja, ações realizadas para não serem repetidas. A saída de Abramovic foi apresentar antigas performances com jovens artistas, deixando claro que se tratavam de reencenações.

O documentário, contudo, privilegia a saga pessoal de Abramovic em suportar a longa performance de 736 horas e em como sua mera presença contagiou, de forma magnética, o público. Quem conhece a artista sabe de seu poder de persuasão e sedução, e nisso o filme de Akers não teme em abusar.

Ganha destaque, ainda, a relação da artista com seu parceiro Ulay, com quem viveu e trabalhou intensamente entre 1976 e 1988. O filme explora o final conturbado da relação e a reaproximação afetiva que ocorre por conta da retrospectiva no MoMA, onde estão incluídos diversos trabalhos que realizaram juntos.

Contudo, faz todo sentido explorar o lado pessoal de uma artista como Abramovic, afinal arte e vida sempre estiveram mescladas em sua carreira, e o documentário não teria como evitar justamente o que torna a artista tão original.


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