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Livro traz faceta pouco conhecida de Eduardo Coutinho: a de crítico

Textos dos anos 1970 abordam Hollywood, política e surrealismo

MATHEUS MAGENTA DE SÃO PAULO

Eduardo Coutinho, 80, documentarista conhecido por extrair a essência de seus entrevistados em filmes como "Edifício Master" (2002) e "Jogo de Cena" (2007), curiosamente teme as palavras.

Para ele, se por um lado a fala esconde "segredos e armadilhas", por outro, a escrita agrava o problema metafísico da escolha das palavras.

"A tarefa mais difícil para mim no cinema é a de elaboração do texto da narração, o qual não é possível eliminar do filme. Por isso, não fossem os compromissos inevitáveis, escolheria agora o silêncio."

O texto escrito em 1992 funciona como prefácio para o livro "O Olhar no Documentário", lançado em tiragem limitada de 200 exemplares nesta Flip (Festa Literária de Paraty). A obra da Cosac Naify traz um lado pouco conhecido de Coutinho: o de crítico.

Entre 1973 e 1974, ele assinou 40 comentários como crítico interino do "Jornal do Brasil". Sete deles estão no livro. "Gilda" (1946), "Cantando na Chuva" (1952) e mostras de filmes surrealistas ou nacionais são alvos de textos com sarcasmo, análise política e reflexões sobre estética e atuação.

"Hoje, a palavra surrealista entrou para o domínio público despida de qualquer provocação específica --pode designar tudo que é absurdo num determinado contexto. Podendo ser tudo, é, portanto, nada", escreve. E conclui citando Buñuel, como se antevisse suas futuras obras: "Não tenho respostas prévias. Eu olho, e olhar é uma maneira de colocar perguntas."


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