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Mais brasileiros publicam HQs primeiro no exterior

Quadrinistas que participaram de evento em SP dizem ser mais fácil se lançar nos EUA; Moon & Bá discordam

CESAR SOTO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O quadrinista brasileiro Will Conrad, 40, planeja lançar um projeto autoral em breve. Apesar de ter nascido e morar em Belo Horizonte (MG), a obra deve ser publicada inicialmente no mercado americano.

"Infelizmente, ainda é mais fácil lançar lá fora e depois trazer ao Brasil do que o inverso", diz Conrad --nascido Vilmar Conrado--, que atualmente desenha a revista do herói Asa Noturna para a DC Comics. "É mais barato para as editoras adaptar um material que já existe."

Seus contatos criados com grandes editoras americanas desde que ele começou a trabalhar no exterior, em 2001, facilitam a escolha, mas não são o fator decisivo. Tanto que ele não é o único a adotar a estratégia de publicar primeiro sua obra no exterior.

Murilo Martins, 40, lançou sua história mais recente "I'm a German Shepherd" direto em inglês. "Agora tenho que traduzir meu próprio texto para o português", conta.

"Fui lançar meu livro no exterior, porque tem muito mais feira", diz. A obra, publicada de forma independente, teve cerca de 200 unidades vendidas por ele mesmo em três eventos nos Estados Unidos e no Canadá.

Martins observa que esses encontros são importantes porque o artista não só vende o livro e fala com o público, mas também conhece editoras, como a Dark Horse, terceira do setor nos EUA.

"É mais fácil viver de quadrinho independente lá fora, nos Estados Unidos", diz.

Para o quadrinista Paulo Crumbim, isso acontece por causa da diferença cultural entre os dois países.

"Aqui, estamos nos acostumando ainda [com o mercado independente]. Lá, eles têm o hábito há anos."

Crumbim passou a trabalhar como freelancer em animação em 2012 para poder se dedicar mais aos quadrinhos. Com sua mulher, Cristina Eiko, ganhou o prêmio de melhor publicação independente de autor no HQ Mix deste ano, com a segunda edição do livro "Quadrinhos A2".

ANIME FRIENDS

Os quatro participaram no último fim de semana do Anime Friends, evento de cultura pop que acontece até hoje no Campo de Marte, em São Paulo (ingressos a R$ 35), e reúne animação, gibis, gastronomia e visitantes vestidos como seus personagens favoritos, os cosplayers.

Com "Daytripper", graphic novel que rendeu à dupla um prêmio Eisner, o principal dos quadrinhos americanos, os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá, 37, seguiram um plano parecido. Eles discordam, no entanto, que começar lá fora seja uma estratégia melhor.

"Nunca foi tão fácil fazer um gibi independente no Brasil", diz Moon. De acordo com os dois, o país tem crescido no número de editoras, títulos nas livrarias, eventos e lugares para vender HQs.

"Tem mais coisa boa sendo feita de forma independente do que nas editoras. Isso é bom, porque causa interesse", dizem.

André Conti, editor do selo Quadrinhos na Cia., da Companhia das Letras, concorda. "Recebo muita coisa legal, muito material. Muito mais do que eu consigo publicar em um ano."


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