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Análise

Pesquisa deve ser encarada como um retrato parcial

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

Na última edição da feira SP-Arte, um galerista queria mostrar poder e pediu a um amigo colecionador que cedesse uma pintura de Alfredo Volpi ao seu estande.

O objetivo não era vender, apenas impressionar. Para convencer o colecionador, o galerista pediu que ele estipulasse um preço impraticável para a obra. Colocada à venda por US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões), a obra acabou saindo logo no primeiro dia do evento.

Essa venda não está retratada no relatório com a nova pesquisa sobre o mercado de arte brasileiro divulgada pelo projeto Latitude, pois trata-se de um caso de uma instituição do chamado mercado secundário, ou seja, de galerias que revendem obras.

Por isso, a pesquisa deve ser vista como um retrato parcial do mercado: ela diz respeito apenas às 44 galerias do mercado primário de arte contemporânea que responderam a um questionário, mas que não são as responsáveis pelas maiores movimentações nesse sistema.

Em março passado, a Fundação Europeia de Belas Artes (Tefaf) divulgou um relatório sobre o mercado brasileiro de arte que estimava em € 455 milhões (aproximadamente R$ 1,3 bilhão) as vendas em 2012.

Esse valor representa não só arte contemporânea, mas de antiguidade a arte moderna, ou seja, é uma estimativa bem plausível, tendo em vista a estimativa de cerca de R$ 200 milhões das 44 galerias na pesquisa Latitude.

Mesmo parcial em relação ao mercado, o mérito da pesquisa está em dar transparência ao segmento responsável pela inovação no sistema de arte e, segundo os dados, ele vem crescendo regularmente desde 2010, em cerca de 22% ao ano.

Esse valor é próximo ao crescimento das vendas de comércio eletrônico em 2012, que ficou em 24,2%, uma outra área de ponta.

Esses dados ficam mais consistentes em comparação com a economia brasileira, que cresceu apenas 0,9% no ano passado.

Falta agora uma pesquisa que dê conta da maior fatia do mercado de arte.


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